terça-feira, 29 de setembro de 2020

Semana Nacional da Vida: é preciso combater a indiferença e promover a “cultura da vida”


Todos os anos a Igreja celebra na primeira semana de outubro a Semana Nacional da Vida (1º a 7 de outubro) e o dia do Nascituro (08 de outubro). Em 2020 o tema proposto para reflexão é o mesmo abordado pela Campanha da Fraternidade deste mesmo ano: “Vida: dom e compromisso”. Destaca-se a figura do Bom Samaritano, que se deparou com um homem que havia caído nas mãos de assaltantes e deixado quase morto, sentiu compaixão e cuidou dele; bem como destaca-se o exemplo de Santa Dulce dos Pobres, o “anjo bom da Bahia”, que dedicou sua vida ao cuidado dos doentes e dos menos favorecidos.

 

A Semana Nacional da Vida nos convida a refletir sobre vários temas ligados à existência humana, desde o seu surgimento dentro do ventre materno, verdadeiro santuário da vida, até o seu fim natural, percorrendo o caminho da juventude, direcionando um olhar todo especial para as pessoas idosas,  para os doentes e para os profissionais da área da saúde que dedicam sua própria vida em prol de outras vidas.

 

Tanto o Bom Samaritano quanto Santa Dulce dos Pobres rompem a barreira da indiferença, que faz tanto mal para humanidade. Quando somos indiferentes não nos importamos com a dor do outro, vamos nos desumanizando.

 

Se não enxergamos o próximo ele não tem valor para nós. “Foi o tempo que tu perdeste com a tua rosa que a fez tão importante”. É preciso gastar tempo com as pessoas, dar-lhes a devida importância. Foi isso que Jesus fez!

 

A indiferença é perigosíssima. Nega a vida presente no ventre materno. Descarta a pessoa idosa ou debilitada. Abandona os que sofrem à sua própria sorte. É causadora da miséria. Nada sentimos quando alguém morre por falta da cuidados médicos, por falta de comida. A indiferença leva à morte.

 

No mundo grego, os que nasciam com alguma deficiência física na cidade de Esparta, por exemplo, eram eliminados.

 

Antes do Cristianismo no Império Romano se divulgava a teoria utilitarista da vida. Um ditado romano antigo resume essa mentalidade: mors tua vita mea. – A tua morte é condição para a minha vida. Vidas poderiam ser descartadas de acordo com os interesses dos poderosos.

 

Inspiradas por Jesus Cristo e no ministério assumido pelos apóstolos, nascem as comunidades cristãs, lugares de acolhida e de proteção da vida. A partir de então são semeadas as primeiras sementes que florescerão e darão origem aos primeiros hospitais, orfanatos, leprosários, escolas, e ao amor ao trabalho. A vida é valorizada sem deixar de lado os mais frágeis.


Neste contexto de valorização da vida, São João Paulo II nos ensina que:

  

"Este horizonte de luzes e sombras deve tornar-nos, a todos, plenamente conscientes de que nos encontramos perante um combate gigantesco e dramático entre o mal e o bem, a morte e a vida, a ‘cultura da morte’ e a ‘cultura da vida’. Encontramo-nos não só ‘diante’, mas necessariamente ‘no meio’ de tal conflito: todos estamos implicados e tomamos parte nele, com a responsabilidade iniludível de decidir incondicionalmente a favor da vida” (Evangelium Vitae § 28).


Sem sombra de dúvidas, o cristianismo é o maior promotor da “cultura da vida” e por isso é importante que lutemos para nos tornarmos a cada dia melhores cristãos.


Jeandré C. Castelon

Advogado, teólogo e membro da Pastoral Familiar.


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