segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Bíblia: Judaica, Católica e Protestante



Por muito tempo eu pensei que “Torá” era o nome da Bíblica Judaica, quando na verdade, trata-se apenas dos cinco primeiros livros da Bíblia – Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio –, ou seja, o Pentateuco.  A Bíblia Judaica é a Tanak, que reúne três grupos de livros denominados de Torá (Pentateuco), Neviim (Profetas) e Ketuvim (Escritos).

A Bíblia Protestante abarca os mesmos livros contidos na Bíblia Judaica, no texto do Antigo Testamento (39 livros). O Novo Testamento traz o mesmo número de livros (27) tanto para católicos, como para protestantes. A diferença é que para os católicos o Antigo Testamento desde os primeiros séculos do cristianismo é composto por 46 livros. Após a reforma protestante do século XVI, que teve como seu maior expoente Martinho Lutero, os reformadores resolveram permanecer com o cânon do Novo Testamento igual ao dos católicos e o cânon do Antigo Testamento igual ao dos judeus. Por mais de mil anos os cristãos tiveram na Bíblia a mesma quantidade de livros.

Assim sendo, a diferença existente entre a Bíblia Católica e a Protestante está na quantidade de livros que compõem o Antigo Testamento, 46 e 39 respectivamente. Os 7 livros distintos são: 1º Macabeus, 2º Macabeus, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Tobias e Baruc. A Bíblia protestante também não tem algumas partes do livro de Daniel: cap. 3, 24-90 e caps. 13 e 14; e partes do livro de Ester: cap. 10, 4 até o cap. 16.

Em resumo: a Bíblia Judaica contém 39 livros (somente do Antigo Testamento); a Bíblia Católica contém 73 livros (46 do Antigo Testamente e 27 do Novo Testamento); a Bíblia Protestante possui 66 livros (39 do Antigo Testamento e 27 do Novo Testamento). À exceção dos citados 7 livros e dos trechos de Ester e Daniel, protestantes e católicos compartilham os mesmos textos da Sagrada Escritura.

Embora católico e defensor da canonicidade dos 73 livros, verdadeiramente inspirados por Deus, entendo que maior do que as divergências de conteúdo, deve ser o interesse por conhecer, saborear e pôr em prática as exortações que ao longo dos séculos vêm transformando a vida de seus leitores. “... Lembrem-se, porém, que a leitura da Sagrada Escritura deve ser acompanhada de oração para que seja possível o diálogo entre Deus e o homem; porque «a Ele falamos, quando rezamos, a Ele ouvimos, quando lemos os divinos oráculos»” (Dei Verbum - 25).

Jeandré C. Castelon

Advogado, pós-graduado em Cultura Teológica.




13 comentários:

Unknown disse...

A minha dúvida é: os sete livros não são aceitos pelo judaísmo por qual razão?

Unknown disse...

Eles estabeleram que a palavra só eram Inspiradas se viessem do meio deles, do povo judaico. Foi uma questão regionalista e não espiritual, pois os 7 livros eram escritos em Grego ou não surgiram do povo judeu, mesmo apesar de algumas partes de Baruc e Ester por exemplo eles não aceitarem também por ser de outra região, isso é um equívoco total, para nós hoje se fosse estabelecer este critério teriamos que excluir boa parte do novo testamento.

jeandrecastelon disse...

Após a destruição do Templo e da cidade de Jerusalém, os sacerdotes se descolaram para uma cidades chamada Jâmnia. Entre os anos 90 e 100 d.C, durante o Concílio de Jâmnia (concílio judeu) os judeus elegeram quais são os livros sagrados para eles. Deveriam ser escritos em hebraico e escritos na terra de Israel (língua santa e terra santa), na verdade somente 2º Macabeus e Sabedoria não foram escritos em hebraico, contudo quando do Concílio de Jâmnia, eles não tinham esta informação.

Há historiadores que defendem que mesmo antes disse já havia 2 cânones bem definidos. Uma era o de Alexandria (cânone Alexandrino), usado pelos Fariseus e semelhante ao Antigo Testamento, como está na Bíblia Católica. Outro seria o cânones Palestinense (da Palestina), semelhante à atual Bíblia judaica e utilizada pelos Saduceus (sacerdotes).

Os Samaritanos, por exemplo, só aceitavam os cinco primeiros livros da Bíblia (Pentateuco: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio) como inspirados por Deus.

Anônimo disse...

Os Livros apócrifos (grego: απόκρυφος; latim: apócryphus; português: oculto), também conhecidos como Livros Pseudocanônicos, não são reconhecidos pelos protestantes por terem sido escrito nos 450 anos de silêncio de Deus, ou seja, período em que ele não teve contato com ninguém na terra. Estes 450 anos precederam o nascimento de Cristo. Razão pela qual os protestantes acredita não ter sido inspirados por Deus, já que ele ficou em silêncio nesse período, sem contato com os humanos...

Unknown disse...

Deus ficou em silêncio? Que coisa boba!

Os protestantes aderiram ao Concílio dos Judeus que foi citado acima, no século I. Porém se for usado o mesmo requisito para os cristãos, o novo testamento inteiro é considerado como apócrifo. Os católicos por terem a Promessa do Espírito da Verdade continuam fielmente com os 73 livros definidos em 325 d.C no Concílio de Niceia. 7+3 = 10, os judeus deveriam perceber essa numerologia que eles conhecem bem da árvore da Vida. Abraço

Unknown disse...

Quantos capítulos tem os livros apocrifos?

Paula disse...

Q criatividade, a sua! hahahaha

Anônimo disse...

Então deveriam excluir o Novo Testamento também, todas as Cartas às Comunidades, os Evangelhos, o Apocalipse, pois acredito que eles foram escritos nesta época de 'Silêncio de Deus...'

Unknown disse...

Pois é, Paulo era romano!

Unknown disse...

Porque são apócrifos ou deuterocanonicos como são chamados pelos católicos. Não são livros divinamente inspirados e neles há muitas divergências a palavra de Deus, Jesus e nem os apóstolos falaram a respeito desses livros e em 8 de abril de 1546 o concílio de Trento obrigou a igreja católica a reconhecer os apócrifos como livros inspirados! Quem foi contra acabou excomungado. Nesses apócrifos estão a teoria do purgatório e orações ao mortos que reforçam a ideologia da fé católica.

Estudante 22 disse...

Alguns dos motivos são devido certos ensinamentos dos sete livros contradizerem ao restante da Bíblia. Exemplo: teorias da existência do purgatório (Sabedoria 3:1-9; contrastar com Salmo 6:5; Eclesiastes 9:5, 10); das orações pelos mortos (II Macabeus 12:42-46; contrastar com Isaías 38:18 e 19); de que anjos bons mentem (Tobias 5:10-14; contrastar com Mateus 22:30; João 8:44); de que o fundo dos órgãos de um peixe, postos sobre brasas, espantam os demônios (Tobias 6:5-8; contrastar com Marcos 9:17-29); de que as esmolas expiam o pecado (Tobias 12:8 e 9; Eclesiástico 3:30; contrastar com I Pedro 1:18 e 19; I João 1:7-9).

Anônimo disse...

Na verdade são livros simplesmente históricos, e não foram inspirados pelo SENHOR DEUS, pois o apóstolos Paulo escreveu que o antigo testamento verdadeiro é o que os judeus reconhece. (Romanos 3.2; 9.3-5). Como a Igreja católica é uma igreja apóstata, eles acreditam nos homens, e rejeitam a palavra de DEUS!

Jose maria campos moreira disse...

O livro que gera varias interpretações

Comentários: