sexta-feira, 29 de maio de 2015

“Havia pensado que seria pior”



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Infelizmente o pessimismo tem tomado conta dos brasileiros. Quase que de forma unânime, as pessoas têm se queixado que o presente ano não anda fácil para ninguém. São escândalos de corrupção por todos os lados; o impasse irresolvível entre o governo e professores; aumento dos combustíveis, da energia elétrica, dos alimentos; diminuição da oferta de emprego; demissões.

É sempre verdade que durante períodos de crise, há quem lucre, por mera casualidade ou aproveitando-se do momento. Mas essa não é uma regra, pelo contrário é exceção. Diversos setores caminham claudicantes. A construção civil cada vez mais dá sinais de desaceleração. No comércio as vendas vêem despencando. Empresas reduzindo pela metade o número de seus empregados. O otimismo que outrora imperava entre o povo, estagnou-se nos últimos dias de 2014, quando do “pacotaço” de medidas impopulares impostas pelo governo.

Antes das eleições para presidente e governadores, observava-se ferrenho debate entre os que defendiam a situação frente aos que se manifestavam a favor da oposição. Passados alguns meses, a impopularidade do governo é tamanha que não se vê nas ruas cidadão que tenha a coragem de defender publicamente os atuais governantes.

Espero que o cenário mude, espero verdadeiramente que o país supere o mau momento e imponente se levante. Que as anteriores perspectivas de um futuro mais promissor, finalmente se consolidem. Mas para isso o Brasil precisa mudar. Cada um de nós tem o dever de fazer a sua parte, de lutar contra a corrupção, por menor que seja e em todos os setores da sociedade.

Nosso país precisa urgentemente ser tomado por uma avalanche de moralização. É óbvio que as mudanças deverão ocorrer de forma lenta, e provavelmente nunca se chegará a um grau de completa satisfação. Passou da hora do Brasil ser diferente, das pessoas serem diferentes. Não é possível substituir o povo que aqui está, por outro que eventualmente julguemos ser melhor. Entretanto, é perfeitamente possível que cada um, em seu íntimo, mude seus rumos, tornando-se irrepreensível modelo para os demais.

Até que as circunstancias mudem, mantenho a esperança, “porque, enquanto um homem permanece entre os vivos, há esperança” (Eclesiastes 9,4). Tenho falado em diversas conversas e ocasiões, que espero a chegada do próximo ano, e assim olhando para trás convicto dizer: “havia pensado que seria pior”.


Jeandré C. Castelon

Imagem:https://media.licdn.com/mpr/mpr/p/7/005/06c/007/03abfcb.jpg
Nos Jornais: O Paraná / Gazeta de Toledo

domingo, 24 de maio de 2015

Que nenhuma ovelha se perca



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Lucas evangelista aponta as dificuldades e as tensões existentes, entre aos cristãos convertidos do judaísmo e os que provinham do paganismo.  Mostra que tanto o judeu convertido, quanto o estrangeiro que segue Jesus possuem igual dignidade. Também dá especial importância à mulher, figura sem relevância social na época. Destaca que Jesus veio para a salvação de todas as pessoas, mas que precisa dar mais atenção a quem está distante, que corre perigo, que está doente, ou seja, para quem precisa de socorro iminente, afim de que ninguém se perca. Embora a temática diga respeito ao Evangelho escrito por Lucas, bastante relevante citar passagem em Mateus, onde Jesus diz: "Não são os que estão bem que precisam de médico, mas sim os doentesIde e aprendei o que significam estas palavras: Eu quero a misericórdia e não o sacrifício (Os 6,6). Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores." (Mateus 9, 12-13).

O capítulo 15 do Evangelho segundo Lucas, inicia-se relatando o desejo dos publicanos e dos pecadores (pessoas "impuras”, segundo os fariseus), de ouvirem Jesus, de escutarem a Boa Nova. Ao fundo estão os fariseus e os escribas (que conheciam e cumpriam a Lei de Moisés, que se consideravam melhores que os outros, "puros”), criticam a atitude de Jesus que “recebe e come com pessoas de má-vida!” 

Nas três parábolas que seguem no mesmo capítulo (ovelha perdida, moeda perdia e a do filho pródigo), enfatiza-se a alegria de quem ansiava por encontrar o que estava perdido, por salvar quem estava em situação de vulnerabilidade (pessoas que não faziam parte de determinado grupo, que eram excluídas; atenção especial à mulher, que também é destinatária da Boa Nova do Reino de Deus, protagonista da parábola da moeda perdida; bem como o filho pródigo, que vive longe do Pai, que sofre na distância sem amparo e sem dignidade).

As três parábolas revelam que Jesus anuncia a chegada do Reino a todos, independentemente de classe social, do poder econômico, bem como do nível intelectual. Todos compartilham da mesma dignidade, são amados de igual forma pelo Pai, que não quer ver perdida nenhuma de suas “ovelhas”, que busca encontrar cada um daqueles que estão dispersas pelo mundo.

Para os fariseus e escribas (e também para os saduceus, como destaca Mateus), a recompensa não poderia ser dada àquele que está longe da sombra do Templo, àquele que desconhece a Lei ou não a cumpre incondicionalmente. Era difícil que a classe dominante compreendesse que o Bom Pastor, que é misericórdia, pretende a salvação de cada uma de suas ovelhas.

A sociedade judaica via como sinal de maldição a pobreza, a doença. Consideravam-se superiores aos estrangeiros, aos pagãos, que até então não compartilhavam a mesma religião. Consideravam-se salvos, abençoados por Deus. Enquanto os outros eram indignos do Reino.

Observa-se a atitude egoísta, rancorosa e até mesmo raivosa, de quem se julga superior. Não conseguem perceber que Deus perdoa, basta ao pecador arrependido voltar para os braços do Pai, que sempre o acolherá.

Obviamente que, quem já conhece a Deus, vive melhor, vive na graça, já está presente e compartilha das alegrias de uma verdadeira festa. Quem se arrepende e chega no minuto final, mesmo que receba a acolhida, teve por trás todo um percurso de vida mais difícil, carregado de sofrimentos e angústias, que poderiam desde o início terem sido amenizados pela compaixão de Cristo. Então, para quem já conhece o caminho da santidade, cumpre os mandamentos, já participa de alguma forma do Reino de Deus, que será plenamente revelado quando do encontro definitivo com o Pai.

Os fariseus e os escribas não conseguiam compreender que Deus deseja a salvação de toda a humanidade. Que eles já eram privilegiados, pois já “participavam da festa”, “que não estavam apartados do aprisco”, “que já tinham sido encontrados por Deus”. Precisavam apenas olhar para as pessoas que eram marginalizadas, "que estavam do lado de fora, que ainda não faziam parte da festa”, trazê-las para dentro, enxergá-las como seus semelhantes, como pares, como iguais.  

O Reino de Deus é destinado a todas as pessoas, inclusive àquelas que o Evangelho ainda precisa ser transmitido, revelado. Todos somos filhos do mesmo Deus, amados de igual forma, queridos e desejados por Ele. Não importa a condição em que estamos, se sujos e machucados pelo pecado, se perdidos no mundo, se distantes da casa do Pai. Deus quer a cada um de nós, perscruta nossos corações, vê além das exterioridades. Afinal, fomos todos criados à Sua imagem e semelhança. Tudo isso era difícil de ser entendido pelos fariseus e pelos escribas.


Jeandré C. Castelon 

terça-feira, 19 de maio de 2015

A súplica de Maria


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Tempo atrás, uma determinada senhora foi notícia nos jornais porque estava nua tomando banho numa praça.

Mesmo já passado algum tempo, gostaria de falar um pouco sobre essa mulher. O nome dela é Maria (igual, ao nome da mãe de Jesus, igual ao nome da pecadora arrependida, e também de tantas outras mulheres).

Uma vez a encontrei na Igreja perto daquela praça onde ela tomava banho. Eu havia entrado para fazer uma pequena oração. Cheguei meio sem saber o que dizer ao Senhor e me aproximei do Sacrário, quando de súbito comecei a ouvir uma mulher a recitar a oração do Pai-Nosso em voz alta. De vez em quando, uma frase era trocada por outra, de forma desconexa, mais ainda assim era o Pai-Nosso. Da mesma forma foi rezada uma Ave-Maria.

Quando olhei para trás, vi essa senhora de joelhos, orando. Ela começou pedindo perdão a Deus. Entre as frases que pronunciava, assim dizia: “cuida das minhas crianças”; “cuida da minha mãe, do meu pai, dos meus irmãos”; “obrigado pelo pão de cada dia”; “obrigado pelos remédios”; “Jesus pagou pelos nossos pecados na Cruz”; “desculpa por eu não saber rezar direito”; “Nossa Senhora Aparecida cuida de nós”.

Ela disse ainda, para Deus cuidar do seu corpo, que era templo do Espírito Santo. Ela rezou para Jesus e pediu a intercessão da Virgem Maria. Ela pedia para Deus enxugar suas lágrimas. Não obstante, em nenhum momento ela reclamou da vida, em nenhum momento ela se queixou. Pelo contrário, muito agradecia.

Havia descoberto que seu nome é Maria. Provavelmente é moradora de rua, e segundo informações, também se prostitui. Ela se alimentava algumas vezes numa fraternidade chamada “O Caminho”, onde irmãos Franciscanos servem diariamente de 60 a 70 refeições para pessoas carentes.

O nome dela é Maria. Poderia ter sido minha mãe, minha Irmã, minha amiga. E ela, naquele dia, ensinou-me a rezar. E ela, naquele dia, trouxe para mim a presença de Deus que a muito não sentia com tanta intensidade.

Tudo foi “se encaixando” para que eu escutasse a oração de Maria, para que eu a visse de perto, e soubesse seu nome, e para que ela me ensinasse uma importante lição.

Na Igreja me senti como o fariseu que se vangloriava diante de Deus. E Maria na pessoa do publicano, que “batia no peito”, que “nem ousava olhar para o céu” e reconhecia suas faltas, e que saiu do Templo justificado diante de Deus (Lucas 18, 9-14).

Naquele dia tudo foi “por acaso”. Por acaso entrei na igreja. Por acaso Maria depois de mim, também entrou e fez suas preces. Por acaso encontrei na rua um irmão franciscano da referida fraternidade. Por acaso ela passou próximo de nós, e assim soubemos o seu nome.

E depois daquele dia, não mais a vi, não a encontrei na Igreja de novo. Por onde ela anda? Que Deus te proteja Maria, e proteja também tantas outras pessoas que sofrem e precisam de amparo. Agradeço ao Senhor por ter colocado Maria no meu caminho.


Jeandré C. Castelon

Essa é a Maria:
Maria conversando com um irmão franciscano. Ao fundo tomando banho na praça.

Igreja Santa e Pecadora



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Que pena que nem todos os Cristãos conhecem a verdadeira Igreja Católica. Tem muita gente que conhece apenas a história de alguns “maus” componentes da igreja, que dá muito mais importância ao mal do que ao bem, que não enfatiza os bons exemplos.

Infelizmente é comum que todas as famílias tenham alguns membros ruins. Mas ainda assim, são membros da família. Na Igreja isso não é diferente, a Igreja é Santa, mas seus membros são pecadores.

Quando se conta a história de uma família, é comum guardarmos as boas lembranças. Ninguém transmite a história familiar de pai para filho contanto somente as desgraças, os maus momentos vividos pelos parentes. Normalmente é ressaltado aquilo que é bom.

Assim também é na Igreja. Com certeza houve (e ainda há) maus membros, como existem na maioria das famílias. Não se deve seguir o exemplo dos maus. Tampouco depositar a confiança em "pessoas", indubitavelmente haverá desapontamentos. Depositar a confiança em Deus, entregar em Suas mãos a nossa caminhada, essa é a melhor decisão.

Quando acontece algo ruim cometido por um membro do Clero, é bastante freqüente que muitos fiéis, com raízes superficiais, afastem-se da Igreja. Esses colocaram sua confiança no homem, e por isso a decepção. Quem tem a fé firme em Jesus Cristo não se abala em razão dos pecados cometidos por seus irmãos. Sem lugar a dúvidas, caso um membro da Igreja comete um crime, deve ser julgado e punido pelo ato ilícito que praticou.

De fato os membros da Igreja cometeram muitos erros durante a história, mas, os acertos foram muito maiores. Em outra época, mesmo tendo Papas indicados pelos interesses políticos, antes dos Conclaves, nunca um Sumo Pontífice contradisse outro em relação aos dogmas e à fé. Mesmo nesses momentos a Igreja permaneceu velada por Deus.

Que a fé seja firme em Jesus Cristo, para que quando um irmão pecador falhar, não se abata o Cristão.

Aproveito para citar algumas, das boas obras da Igreja:

- Instituiu o sistema Universitário, e até hoje as Universidades católicas estão entre as mais respeitadas do mundo. Igualmente, inúmeras são as escolas fundadas e mantidas pela Igreja.

- É a maior instituição caritativa do mundo. Ninguém no planeta faz mais pelos necessitados.

- Os católicos atuam em inúmeras missões humanitárias, em todos os continentes.

- Diversos hospitais pelo mundo são mantidos pela Igreja.

- Os Bispos católicos compilaram e preservaram os livros da Bíblia que são utilizados por todos os Cristãos.

- Há unidade na liturgia, celebrada em todos os lugares do planeta. Em qualquer momento do dia existem incontáveis Celebrações Eucarísticas.

- Celebra-se a memória dos Santos, modelo de pessoas, que consumiram suas vidas por Cristo.

- Somente a Igreja Católica tem um Catecismo (documento da fé, que mostra aquilo que acredita e defende).

 A Igreja Católica é tudo isso e muito mais, mesmo sendo formada por pessoas comuns e pecadoras. Que bom seria se todo o Católico conhecesse a sua Igreja.

Jeandré C. Castelon






terça-feira, 12 de maio de 2015

A Bíblia foi escrita para todos nós



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A Sagrada Escritura é sustento para a alma. Assim como diariamente se ingere alimentos para a manutenção do corpo, também diariamente a Palavra de Deus é alimento para o fiel, auxiliando-o a vencer as dificuldades da vida, e ensinando o caminho que se deve trilhar para alçar a salvação.

A própria Bíblia nos exorta a conhecer, meditar e viver a Palavra de Deus, que é útil para todas as situações de nossa vida.

“Traze sempre na boca (as palavras) deste livro da lei; medita-o dia e noite, cuidando de fazer tudo o que nele está escrito; assim prosperarás em teus caminhos e serás bem-sucedido” (Josué 1, 8). 

“Jesus respondeu: Está escrito: Não só de pão vive o homem, mas de toda a palavra de Deus (Dt 8,3)” (Lucas 4, 4).

“E desde a infância conheces as Sagradas Escrituras e sabes que elas têm o condão de te proporcionar a sabedoria que conduz à salvação, pela fé em Jesus Cristo.Toda a Escritura é inspirada por Deus, e útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça.Por ela, o homem de Deus se torna perfeito, capacitado para toda boa obra” (2 Timóteo 3, 15-17).

As pessoas geralmente, por infelizes e inúmeras circunstâncias, não possuem o hábito da leitura. Muitas pessoas não têm o costume de ler. Tem gente que não lê absolutamente nada. Por isso, incentivar a leitura da Bíblia não é tarefa fácil, já que em muitos trechos a palavra é de difícil compreensão.

Contudo, a leitura da Bíblia deve ser constante, mesmo que não se entenda determinada palavra ou trecho da Escritura. É sempre bom lembrar que, ao fiel é aconselhada a participação em estudos bíblicos, que normalmente são promovidos pelas Igrejas. Bem como, é possível consultar o Padre ou o Pastor, para que auxilie a esclarecer as dúvidas sobre fé e doutrina.

Como tudo na vida, para alcançarmos um determinado objetivo é preciso pelo menos algum esforço.

Como sugestão, proponho a leitura de 1 capítulo por dia. A Bíblia católica tem 1334 capítulos. Lendo-se 1 capítulo por dia, com mesmos de 4 anos é possível ler toda a Bíblia. Talvez pareça muito tempo (mas não é). É muito comum as pessoas terem 20, 30, 40, 50 anos de idade, e nunca terem lido toda a Palavra de Deus.

Há pessoas que preferem ter o contato com a Sagrada Escritura durante alguns minutos por dia, de forma livre. Há quem prefira acompanhar a liturgia diária.

Mesmo que não se leia a Bíblia toda, é importante a leitura de pelo menos uma passagem do Evangelho diariamente. Mesmo que seja somente por 10 minutos, ao invés de ver novela ou ouvir conversas do vizinho, como destacou o Papa Francisco, durante uma das Missas celebradas na capela da Casa Santa Marta, no Vaticano.

Independentemente do método de leitura, importante é ter contato com a Sagrada Escritura todos os dias, alimentando-se constantemente da Palavra de Deus.

Jeandré C. Castelon
Imagem: http://www.rumoaoalvo.com/wp-content/uploads/2012/04/A-B%C3%ADblia-n%C3%A3o-%C3%A9-chata-600x366.jpg - acesso em 12.05.15.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Estimados professores


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Lamento muitíssimo pela forma como o nosso país vem tratando os professores. Categoria pouco valorizada e mal paga. Professor deveria ganhar bem, a carreira deveria ser disputadíssima, assim somente os bons profissionais permaneceriam em atividade. Obviamente que há bons e maus docentes. Conheço a fama de alguns apáticos que nunca deveriam ter entrado numa sala de aula. Mas não é desse tipo que gostaria de falar. A grande maioria é dedicada, batalhadora, em muitas oportunidades até mesmo cumprem um papel que não é seu, que deveria ser restrito aos pais ou responsáveis.

Já “estive” como professor, mas nunca tive medo de ser agredido (talvez porque ministrava aulas numa instituição particular afastada dos bairros estatisticamente mais violentos), sempre recebi o salário em dia, as escolas dispunham de boa estrutura física, nunca precisei enfrentar pais inábeis na educação dos filhos, descarregando a culpa pelo fracasso familiar sobre o já tão mal tratado professor. Também nunca precisei ficar afastado de minhas funções em razão de stress, da depressão ou de outro transtorno, como comumente tem acontecido principalmente com os professores da rede pública.  Tive muita sorte enquanto professor. Nem todo professor é vítima, entretanto, a maioria padece.

Lembro-me de alguns personagens que fizeram parte da minha vida acadêmica. Pessoas excelentes, que além de ensinar os conteúdos obrigatórios de sala de aula, deixaram marcas eternas, verdadeiras lições de vida. Mostraram o caminho a seguir, foram protetores, incentivadores, inspiradores, solidários, apostaram e sempre acreditaram no futuro. Não citarei nenhum nome, não quero correr o risco de parecer ingrato, esquecendo-me de alguém. Mas tenham certeza, estimados professores, jamais me esquecerei de vocês, pois sou grato por terem me tirado da escuridão intelectual, revelando-me as opções e caminhos que poderia percorrer.

Estimados professores, peço desculpas por todas as dificuldades que têm passado: a fragilidade salarial; o desrespeito; o desprezo; a falta de valorização da carreira; o medo de serem fisicamente agredidos; e tantos outros embaraços. Pobre de quem não valoriza seu professor. Rogo-lhes que não desistam, sei que provavelmente nunca lhes tenha sido dito, mas nosso país depende e precisa muito de vocês. O futuro de nossa nação passa por suas mãos.

Advogados, médicos, prefeitos, juízes, enfermeiros, pedreiros, jornalistas, agrônomos, veterinários, educadores, comerciantes, padeiros, entre outros, foram inspirados e formados por grandes homens e mulheres, que se dedicaram à nobre arte de ensinar.

Temo que nunca nossos estimados mentores recebam as honras que lhe são devidas e sejam dignamente reconhecidos. Se servir de consolo, acolham as congratulações de um ex-colega de profissão e eterno aluno, que sonha com um país melhor, que somente chegará ao futuro almejado, pela contribuição fundamental dos professores. 

Jeandré C. Castelon


Imagem: https://brsresults.files.wordpress.com/2013/07/classroom-shot.jpg - acesso em 04.05.15.

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