quinta-feira, 26 de março de 2015

Educação, Ética e Família


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O Brasil precisa de pessoas comprometidas com a educação inclusiva e de qualidade, que debatam e apontem possíveis soluções para os desafios que dificultam a formação das crianças em futuros cidadãos, conscientes dos seus deveres e obrigações.

Inimaginável que um país possa caminhar bem, quando a família vai mal, quando não se tem uma educação de qualidade, quando não se observam princípios éticos. E sobre este último ponto destaco o nosso tão conhecido e muitas vezes aclamado método de se obter vantagens em detrimento aos demais: “o jeitinho brasileiro”.

Perdoem-me os contrários, mas o “jeitinho brasileiro” mancha nossa conduta cidadã. Cortar fila; aproveitar-se para conseguir vantagens por ser amigo ou parente de alguém que ocupa cargo importante; usar a carteirinha da faculdade (onde já se formou há muitos anos), para ingressar em eventos obtendo desconto na entrada; sair do restaurante sem pagar a conta; aplicar “golpes”; entre outros exemplos, são atitudes que infelizmente fazem parte da realidade do povo brasileiro. Chega-se ao cúmulo, já que atitudes assim fazem parte do nosso dia a dia, de muitas pessoas aceitarem a corrupção como algo normal e irreversível.

Aproveito para mencionar também as dificuldades que o professor está enfrentando na escolarização dos jovens. Não raras vezes, o educador é vitima do medo, já que não pode exigir o respeito que lhe é devido, ou cobrar uma atitude responsável do aluno, pois poderá colocar sua integridade física em risco. As crianças de forma geral, não estão sendo educadas em casa, e os pais vociferam ao professor, exigindo do já tão desonrado docente, que dê conta de resolver uma gama de problemas que foram ignorados pela família.

Quando a família vai mal, o reflexo é negativo em toda a sociedade. Por isso, a importância de falarmos sobre Educação, Ética e Família e buscarmos soluções possíveis de serem implantadas, beneficiando toda a nação.

Jeandré C. Castelon




Texto originalmente publicado como "Fórum: Educação,Ética e Família", adaptado para este Blog.


Texto publicado no Bolem on line - Pastoral Familiar - CNBB Regional Sul 2 - Ano VII - Abril-2015. Pág. 17

Nos Jornais:

terça-feira, 24 de março de 2015

Ideologia de gênero e a resolução número 12


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A criança quando nasce não deve ser considerada do sexo masculino ou do sexo feminino. A escolha do sexo será feita posteriormente pelo indivíduo. Ou seja, cada um independente de sua identidade física pode declarar-se pertencente ao sexo oposto. Essa é a chamada identidade de gênero ou ideologia de gênero.
O indivíduo não poderia ser mais tratado como menino ou menina, assim como já acontece na Suécia e na Holanda, onde a definição sexual foi abolida das escolas, onde todos são chamados apenas como crianças, pois quando crescerem é que escolherão entre ser homem ou mulher.
Na Suécia os estudantes meninos não usam uniformes azuis, nem as meninas usam da cor rosa. Lá todos vestem a cor laranja. Também é comum encontrar meninos usando roupas de meninas e vice-versa. Há poucos dias assisti a um vídeo onde um garotinho num parque, jogava futebol de vestido.
As conseqüências destas medidas não foram boas para a Suécia em comparação aos outros países da Europa. Houve um aumento significativo no número de abortos, e também as suecas são as maiores vítimas de violência sexual, entre os países europeus (até porque lá, se um homem diz que é mulher pode freqüentar o banheiro feminino, o problema é quando ele decide voltar a ser homem).
No Brasil, a Presidência da República há poucos dias (12.03.15), por meio do Conselho Nacional de Combate à Discriminação e Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, vinculado à Secretaria de Direitos Humanos, publicou uma resolução, onde determina o uso de banheiros, vestiários e demais espaços segregados por gênero, quando houver, de acordo com a identidade de gênero de cada sujeito, em todas as instituições e redes de ensino. Caso haja distinções quanto ao uso de uniformes, deve haver a possibilidade do uso conforme a identidade de gênero de cada um. O menino que se declarar menina poderá usar uniforme feminino e freqüentar o banheiro das mulheres (e vice-versa).
A resolução determina ainda que a garantia do reconhecimento da identidade de gênero deve ser estendida a estudantes adolescentes, sem que seja obrigatória a autorização dos pais ou responsáveis. Bem como cada estudante poderá exigir ser tratado pelo seu nome social, independente do nome civil usado na emissão de documentos. Todas essas medidas, segundo o governo, são para combater a discriminação contra alunos transgêneros.
“Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher”. (Gênesis, 1,27).Todo ser humana é criado à imagem e semelhança de Deus, e merece ser respeitado e tratado com dignidade. Uma coisa é respeitar a pessoa, outra coisa bem diferente, é discordar ou concordar com aquilo que ela faz.
Confesso que estas regras muito me preocupam. Há um combate ferrenho contra o modelo de família tradicional, onde existe a presença da figura feminina e da masculina (mesmo que não diretamente através do pai e mãe, mas muitas vezes por meio de outros parentes, como tios e avôs). Será que estamos preparados para tudo isso? Será que tais medidas serão boas para as nossas crianças? Quais as conseqüências para as nossas famílias? Será que não poderia haver pessoas mal intencionadas aproveitando-se da situação?
Jeandré C. Castelon


Texto publicado na Revista Arquidiocesana Catedral. Edição 201. Ano XXV. Maio-Junho de 2015. Pág. 28.

No Jornal:

quarta-feira, 18 de março de 2015

A dignidade que não tem preço




É princípio Cristão que toda pessoa seja tratada com dignidade. A dignidade humana está fundamentada no fato de que Deus criou o homem à sua imagem e semelhança: “Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher.” (Genesis 1,27).

Em nossa sociedade secularizada, a dignidade do homem é medida pelo poder que possui. Pelo cargo que ocupa. Pela quantidade de dinheiro que tem.

Antes se adquiria determinados bens justamente pelo conforto de poder usufruir deles. Comprava-se um carro, por exemplo, só para poder ir de um lugar a outro, de forma ágil e confortável. Hoje a propaganda é direcionada a impulsionar as pessoas a comprarem coisas que não precisam para viver, fazendo-as acreditar que quanto mais possuírem, serão mais felizes e ocuparão lugares de maior destaque. Não basta ter um veículo, “é preciso que seja melhor e mais caro que o do vizinho”, e que de preferência “também lhe cause inveja”.

Do mesmo modo, infelizmente, as pessoas de forma geral, tendem a tratar melhor quem está bem vestido, quem aparenta ter dinheiro ou ocupa cargo importante. Esquece-se que o verdadeiro valor do ser humano não deve ser medido pelas exterioridades. Poucos são os que se dispõe a olhar no fundo dos olhos do seu semelhante para alcançar os valores que realmente são relevantes.

Essa falsa concepção de dignidade marginaliza e fere gravemente os mais pobres. Que não raras vezes acabam acreditando que são pessoas sem valor, inferiores, pelo simples fato de não terem acesso ao luxo e ao supérfluo.  Também muitos, dos menos abastados, acabam fazendo sacrifícios enormes, passando por dificuldades financeiras, só para terem o tênis da moda, ou o carro último tipo, que a propagando fez acreditar que quem puder ostentá-lo será mais feliz e respeitado. Sacrifícios vazios, para não se sentirem excluídos, para alcançarem o mesmo patamar dos demais.

Valorizar o ser humano pelo que realmente é importante, pelo que é, e não pelo que tem. Reconhecer sua dignidade simplesmente por ser filho de Deus. Em contrapartida, sentir-se digno sem a necessidade de exteriorizar riqueza e poder. São importantes desafios, autênticas metas de vida.

Não é fácil olhar para o rico e o pobre da mesma maneira. Não é fácil olhar para o mendigo e para o “doutor”, atribuindo-lhes o mesmo peso e a mesma medida. Assim como não é fácil ser medido e julgado por uma sociedade de aparências, voltada ao consumismo. Porém, não se pode esquecer que a autêntica nobreza não tem preço. E que todos precisam reconhecer a verdadeira dignidade que se tem como pessoa, pois cada um é à imagem de Deus.

Jeandré C. Castelon




Nos Jornais:

http://www.jhoje.com.br/Paginas/20150318/opiniao.pdf

http://www.gazetatoledo.com.br/NOTICIA/14459/A_DIGNIDADE_QUE_NAO_TEM_PRECO#.VQwUwI7F_Z9

segunda-feira, 9 de março de 2015

O mapa da fome




                                       Segundo recente relatório realizado pela ONU, houve um decréscimo de pessoas que passam fome no mundo. Contudo, o número de famintos ainda é muito alto, e preocupante. Este levantamento aponta que uma em cada nove pessoas no planeta passa fone, pelo menos 805 milhões de seres humanos, o que representa quatro vezes a população do Brasil.

Este número é ainda maior se isolada a estatística sob a África subsaariana (porção de terras localizada ao sul do Deserto do Saara – pejorativamente chamada de “África Negra”), onde o número de subnutridos é de 25% das pessoas, ou seja, uma em cada quatro. Por sua vez, o Continente Asiático, onde se concentra mais de 60% da população mundial, reúne dois terço dos indivíduos subnutridos do mundo.

No Haiti a situação é ainda mais degradante. Metade da população sofre de desnutrição crônica. Muitos ainda consomem uma espécie de bolacha feita de manteiga misturada ao barro (isso mesmo, eles comem terra), como única fonte de alimento. Os haitianos ainda tentam se recuperar do catastrófico terremoto que destruiu o país em 2010. Curioso é que a vizinha República Dominicana, situado na mesma ilha caribenha, é famosa por receber turistas do mundo inteiro, inclusive brasileiros, que se banqueteiam nos luxuosos resorts all inclusive, onde a comida além de extremamente farta e variada, é servida à vontade.

Tenho plena convicção de que a produção de alimentos no mundo é mais do que suficiente para garantir o sustento digno de todas as pessoas. Mas, a distribuição justa dos víveres esbarra na imensa rocha dos interesses econômicos. O alimento só chega às mesas de quem é capaz de garantir lucro. Da mesma forma o acesso à saúde é restrito às pessoas de maior poder aquisitivo.

No Brasil, também não é diferente, embora a mesma estatística apontar que houve diminuição no número de pessoas desnutridas, ainda muitos sofrem pela falta de alimento. Mesmo na região sul e sudeste, onde se concentra maior desenvolvimento social e econômico, milhares ainda não se alimentam de forma digna.

Certo que estamos diante de um grande problema, difícil de ser solucionado. Porém, se pudermos contribuir só um pouquinho, é possível diminuir o sofrimento daqueles que padecem pela falta de pão. Madre Teresa de Calcutá dizia que não se deve preocupar-se com números, que quem for capaz inicie ajudando uma pessoa por vez, começando com quem estiver mais próximo. Dizia também: “se você não puder alimentar cem pessoas, alimente pelo menos uma”.

Dar de comer a quem tem fome, quem sabe seja a maior das obras de caridade. O profeta Isaias anuncia: “se deres do teu pão ao faminto, se alimentares os pobres, tua luz levantar-se-á na escuridão, e tua noite resplandecerá como o dia pleno” (Is 58,10). Se puder ajudar, comece agora. Comece ofertando um quilo de alimento, ou um litro de leite, sem sobra de dúvidas, fará toda a diferença.

Jeandré C. Castelon



Nos Jornais:



terça-feira, 3 de março de 2015

Eu "não" sou Charlie Hebdo


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Primeiro, destaco que sou contra qualquer tipo de violência. E, lamento muitíssimo a morte das pessoas atingidas pelo atentado contra o jornal francês “Charlie Hebdo”. Mas não posso identificar-me com um jornal que publica diversas imagens, ridicularizando, menosprezando e desprezando diversas religiões, como o Cristianismo, Judaísmo e Islamismo.

Sou Cristão, e portanto, na minha religião Jesus é Deus, com o Pai e o Espírito Santo. É sagrado!

Machuca-me muito ver charges de Jesus, Maria, do Papa e membros da Igreja, como se fossem promíscuos. Cito por exemplo, a charge em que Deus, Jesus e o Espírito Santo estavam tendo relação sexual. Ou então, quando ridicularizaram o nascimento de Jesus. Entre outras.

Reitero que o desrespeito e as ofensas também são dirigidos aos Judeus e Muçulmanos. 

Cumpre ressaltar que a mídia, normalmente não dá muita ênfase quando, Cristãos são baleados, degolados, crucificados, queimados vivos, lapidados, violentados ..., como infelizmente tem acontecido pelo mundo afora.

De janeiro a outubro de 2014, 4.344 Cristãos foram mortos, mais que o dobro das 2.123 vítimas havidas em 2013. Estima-se no mundo que mais de 100 milhões de Cristãos sofrerem perseguições.

A imprensa deve ser livre, e tem todo o direito de se manifestar, assim, como eu tenho o direito da minha liberdade religiosa, de poder ser Cristão sem ser ridicularizado, escarnecido.

O atentado deve ser condenado, assim como qualquer forma de violência deve ser combatida. Agora, não posso identificar-me (“eu sou”) com referido jornal.


Quero paz para viver a minha fé... quero paz para ser de Cristo!

Jeandré C. Castelon




Texto publicado na Revista Arquidiocesana Catedral. Edição 200. Ano XXV. Março-Abril de 2015. Pág. 15.

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