quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Eleja candidatos que defendam a vida




Atrevo-me a percorrer por um caminho bastante espinhoso, o da política, tendo como amparo e encorajamento palavras do Papa Francisco, explicitamente pronunciadas: “Envolver-se na política é uma obrigação para um cristão. Nós, os cristãos, não podemos fazer de Pilatos e lavar as mãos, não podemos! Temos de nos meter na política, porque a política é uma das formas mais altas de caridade, porque busca o bem comum”.

Quando mais jovem fui atraído pelo discurso revolucionário de oposição proferido pelo Partido dos Trabalhadores-PT. Parecia ter sido encontrada a solução para resolver os problemas do Brasil. O discurso até hoje é atrativo, capaz de fisgar todo o tipo de pessoa, inclusive os mais brilhantes intelectuais, até porque, contra ideologias não há argumento.

Eu votava em candidatos do PT, até que em determinado momento comecei a me dar conta de que muitas medidas que desfavorecem a família formam justamente tomadas no período em que governava o país. Descobri também que o PT é o maior partido defensor da legalização do aborto, prática humanicida, que contraria o preceito basilar do direito à vida.

Sob a escusa de promover “um Brasil de mulheres e homens livres e iguais” na página 82, das Resoluções do 3º Congresso do PT ocorrido em 2007, foi aprovado o texto que inclui a “defesa da autodeterminação das mulheres, da descriminalização do aborto e regulamentação do atendimento a todos os casos no serviço público”.

Não se engane, quem se filia ao PT para concorrer a um cargo eletivo está obrigado a assinar o “Compromisso Partidário do Candidato ou Candidata Petista”, que indica que todo o candidato está previamente de acordo com as normas e resoluções do partido, “em relação tanto à campanha como ao exercício do mandato” (Estatuto do PT, art. 140, §1º), sob pena de sofrer punições “que poderá ir da simples advertência até o desligamento do Partido com renúncia obrigatória ao mandato” (§2º, do mesmo artigo).

Seguindo a mesma corrente, algo similar acontece com outros partidos de esquerda (PSOL, PCdoB, PSTU – que são favoráveis à legalização do aborto no Brasil). Também o PV prevê em sua agenda a luta pela descriminalização do aborto.

Quanto aos políticos que pertencem a outros partidos, os de direita por exemplo, podem até ser favoráveis a descriminalização do aborto por convicção própria, mas não por obrigação partidária. No caso em questão, ao contrário, todo político filiado ao PT está comprometido com as suas resoluções, por força do que prevê o seu Estatuto.

Eventualmente algum político pró-vida pode ter se filiado a determinado partido sem saber do compromisso favorável ao aborto, e assim, verificado o engano, deve desfilar-se. 

O candidato eleito é porta-voz daquele que o elegeu, ou seja, mesmo que indiretamente, significa dizer que o eleitor compactua com o posicionamento da pessoa que recebeu o seu voto.  Quanto ao eleitor católico, se sabe que o candidato ou o partido político é favorável ao aborto e, ainda assim vota nele, comete pecado grave, porque está cooperando conscientemente a favor de um pecado gravíssimo, de acordo com o que preceitua o §1868 do Catecismo da Igreja Católica.

É dever de todo cidadão, especialmente dos que defendem a vida humana desde a concepção até a morte natural, procurar conhecer o pensamento ideológico, princípios e valores do candidato a ser votado, bem como fiscalizar o seu trabalho e cobrar posicionamento ético e moral.

Jeandré C. Castelon
Advogado, pós-graduado em Cultura Teológica


Imagem: goo.gl/ULj92R

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