terça-feira, 23 de agosto de 2016

“100% JESUS”


Não é a primeira vez que Neymar usa uma faixa na testa com o nome de Jesus. Basta pesquisar na internet e constatar que já quando do título da Copa Libertadores em 2011, Neymar comemorou a conquista com uma faixa que dizia “100% JESUS”.

Novamente o camisa 10 da seleção brasileira de futebol demonstrou muita coragem ao expressar sua fé em Jesus ao mundo todo, ao usar uma faixa idêntica à que usou em outras conquistas, depois da equipe brasileira de futebol consagrar-se campeã olímpica.

Sem demora, passei a deparar-me com várias críticas contra o atleta depois da conquista da inédita medalha de ouro na Olimpíada do Brasil, no que se refere à conduta do jogador, querem que o mesmo se comporte de maneira mais humilde.

Pois é, as pessoas de uma forma geral têm a péssima tendência de exigirem dos outros um comportamento que nem elas são capazes de alcançar. Possuem a mania de exigir um comportamento irrepreensível de quem se declara cristão.

Todos somos pecadores, todos temos nossos defeitos, todos nós precisamos de humildade. A diferença é que a maioria de nós, inclusive eu, não tem a coragem que Neymar teve, expondo-se de tal maneira.

Também ouvi dizeres do tipo: "é pelas reações que se conhece uma pessoa"; referindo-se a uma atitude mais enérgica por parte do jogador após a vitória contra a Alemanha no Maracanã. Sobre isso, lembrei-me da reação de Pedro quando o soldado chegou para prender Jesus: “Simão Pedro, que tinha uma espada, puxou dela e feriu o servo do sumo sacerdote, decepando-lhe a orelha direita” (João 18,10). Pedro teve uma reação equivocada, sendo prontamente repreendido por Jesus, e guardou a sua espada. Também nós, muitas vezes erramos e voltaremos a erra muitas vezes. “Tira primeiro a trave de teu olho e assim verás para tirar a palha do olho do teu irmão” (Mateus 7, 5). Não é justo exigir dos outros comportamentos e virtudes, que nós muitas vezes não conseguimos reproduzir.

Quisera eu ter a coragem de propagar o nome de Jesus em todos os lugares da Terra.

Resta-me um questionamento: será que toda essa polêmica teria surgido se o nome de Jesus não tivesse no cerne desta discussão? Atrevo-me a responder: acredito que não!

Jeandré C. Castelon


Imagem: http://migre.me/uKlbm

Palavra de Deus para os cristãos




São Paulo, quando escreve a segunda Carta a Timóteo (3, 15-17), deixa evidente a importância da leitura e reflexão dos escritos bíblicos: “E desde a infância conheces as Sagradas Escrituras e sabes que elas têm o condão de te proporcionar a sabedoria que conduz à salvação, pela fé em Jesus Cristo. Toda a Escritura é inspirada por Deus, e útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça.  Por ela, o homem de Deus se torna perfeito, capacitado para toda boa obra”.

A diferença entre a “Bíblia católica” quando comparada com a “Bíblia protestante” está no número de livros que compõe o Antigo Testamento, bem como, adições em Ester e Daniel. A Bíblia protestante tem 7 livros à menos no Antigo Testamento e textos suprimidos em Ester e Daniel.

Gostaria de dividir uma experiência particular. Comprei uma Bíblia em uma livraria evangélica. Ela foi publicada pela “Sociedades Bíblicas Unidas” – que tem natureza interconfessional cooperando com diversas confissões cristãs: católica, protestante e ortodoxa – da qual é integrante a Sociedade Bíblica do Brasil, amplamente conhecida no meio protestante. Referida Bíblia é diferente das demais Bíblias protestantes, pois, contém exatamente todos os mesmos livros que integram a Bíblia católica. São os denominados livros “deuterocanômicos”, que no meio protestante comumente são mencionados como “apócrifos” (1º Macabeus, 2º Macabeus, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Tobias e Baruc). Acrescento que, o texto completo desta edição da Bíblia é aprovado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

Acredito que muita gente não sabe da existência desta edição da Bíblia, eu mesmo demorei a saber.

O porquê de escrever sobre referida experiência?


Respondo: para que católicos e evangélicos encontrem cada vez mais pontos comuns. Para que discussões tolas e sem fundamentos deixem de existir. Para mostrar a relevância dos livros deuterocanônicos, que infelizmente muitos não têm acesso. Porque acredito que não deveria haver distinção entre “Bíblia católica” e “Bíblia protestante”.


Jeandré C. Castelon




segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Bíblia: Judaica, Católica e Protestante



Por muito tempo eu pensei que “Torá” era o nome da Bíblica Judaica, quando na verdade, trata-se apenas dos cinco primeiros livros da Bíblia – Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio –, ou seja, o Pentateuco.  A Bíblia Judaica é a Tanak, que reúne três grupos de livros denominados de Torá (Pentateuco), Neviim (Profetas) e Ketuvim (Escritos).

A Bíblia Protestante abarca os mesmos livros contidos na Bíblia Judaica, no texto do Antigo Testamento (39 livros). O Novo Testamento traz o mesmo número de livros (27) tanto para católicos, como para protestantes. A diferença é que para os católicos o Antigo Testamento desde os primeiros séculos do cristianismo é composto por 46 livros. Após a reforma protestante do século XVI, que teve como seu maior expoente Martinho Lutero, os reformadores resolveram permanecer com o cânon do Novo Testamento igual ao dos católicos e o cânon do Antigo Testamento igual ao dos judeus. Por mais de mil anos os cristãos tiveram na Bíblia a mesma quantidade de livros.

Assim sendo, a diferença existente entre a Bíblia Católica e a Protestante está na quantidade de livros que compõem o Antigo Testamento, 46 e 39 respectivamente. Os 7 livros distintos são: 1º Macabeus, 2º Macabeus, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Tobias e Baruc. A Bíblia protestante também não tem algumas partes do livro de Daniel: cap. 3, 24-90 e caps. 13 e 14; e partes do livro de Ester: cap. 10, 4 até o cap. 16.

Em resumo: a Bíblia Judaica contém 39 livros (somente do Antigo Testamento); a Bíblia Católica contém 73 livros (46 do Antigo Testamente e 27 do Novo Testamento); a Bíblia Protestante possui 66 livros (39 do Antigo Testamento e 27 do Novo Testamento). À exceção dos citados 7 livros e dos trechos de Ester e Daniel, protestantes e católicos compartilham os mesmos textos da Sagrada Escritura.

Embora católico e defensor da canonicidade dos 73 livros, verdadeiramente inspirados por Deus, entendo que maior do que as divergências de conteúdo, deve ser o interesse por conhecer, saborear e pôr em prática as exortações que ao longo dos séculos vêm transformando a vida de seus leitores. “... Lembrem-se, porém, que a leitura da Sagrada Escritura deve ser acompanhada de oração para que seja possível o diálogo entre Deus e o homem; porque «a Ele falamos, quando rezamos, a Ele ouvimos, quando lemos os divinos oráculos»” (Dei Verbum - 25).

Jeandré C. Castelon

Advogado, pós-graduado em Cultura Teológica.




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