segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

O amor jamais acabará

 


O verdadeiro amor dura para sempre. Se alguém diz que o amor acabou é porque nunca amou de verdade, ou desafortunadamente o amor foi mal interpretado. Tanto em um como em outo caso o desfecho acaba sendo o divórcio, remédio que é tomado muitas vezes por casais que se perderam durante a jornada.

 

É importante unir-se em matrimônio com a pessoa certa, fruto de uma decisão madura que envolve uma boa preparação pré-matrimonial oferecida pela Igreja. Neste mister destaca-se a Pastoral Familiar, que dentre outras atribuições, acompanha os casais oferecendo “catequese matrimonial” para aqueles que podem e buscam receber o Sacramento do Matrimônio.

 

Acredito que muitas uniões estão fadadas ao fracasso por estarem submersas no oceano profundo das fragilidades humanas, mas principalmente acredito que a maioria absoluta das separações podem e devem ser evitadas.

 

A Bíblia celebra o amor e fala de família de seu início ao fim. Relata também muitos episódios onde o ser humano se afasta do projeto de Deus, comete erros, mas nunca fica sozinho, nunca é abandonado, ainda que cego envolto em neblina, Deus está presente.

 

 A célebre frase ressoada em celebrações de casamento, retirada do Livro do Gênesis (2,24), onde diz: “Por isso o homem deixa o seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma só carne.”, repete-se pelo menos em mais 4 outros livros do Novo Testamento, com pequenas variações, mas sem perder o seu espírito, citada por Mateus, Marcos e Paulo (Mateus 19,5; Marcos 10,7-8, Efésios 5,31; I Coríntios 6,16). Desta forma a Sagrada Escritura deixa evidente a vocação preponderante e irrevogável conferida por Deus à criatura humana: o casamento.

 

O Eclesiastes (9,9) destaca a importância dos casais em disfrutar das alegrias da vida ao lado da pessoa amada: “Desfruta da vida com a mulher que amas, durante todos os dias da fugitiva e vã existência que Deus te concede debaixo do sol. Esta é tua parte na vida, o prêmio do labor a que te entregas debaixo do sol.”

 

Recordo-me ainda do que disse Jesus aos fariseus que buscavam pô-lo à prova, e perguntaram-lhe se era permitido a um homem rejeitar a sua mulher por um motivo qualquer, e Jesus responde: “...não separe o homem o que Deus uniu”

 

Acredito sinceramente que a maioria absoluta das separações podem e devem ser evitadas. É preciso dialogar, respeitar diferenças, desejar estar junto, ter objetivos em comum, ser um para o outro verdadeiro porto-seguro, farol que ilumina durante a tempestade, ser realmente uma só carne, ser casal, ser marido e mulher. Não é nada extraordinário, basta viver com retidão a vocação escolhida, é mais fácil do que se imagina. E não se esqueça: “O amor é paciente, o amor é bondoso. Não tem inveja. O amor não é orgulhoso. Não é arrogante. Nem escandaloso. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acabará (I Cor 13, 4-8).

 

Jeandré C. Castelon

Advogado e teólogo, membro da Pastoral Familiar.


Imagem: https://simplesmentecristao.files.wordpress.com/2014/10/casal-no-campo-i.jpg
 - Acesso em 07.12.20


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