terça-feira, 22 de setembro de 2015

Ágape: amor, caridade, benevolência





               A caridade é a virtude teologal pela qual amamos a Deus sobre todas as coisas, por si mesmo, e a nosso próximo como a nós mesmos, por amor de Deus, assim apregoa o parágrafo 1822 do Catecismo da Igreja Católica. Segundo o mesmo Catecismo, parágrafo 1813, as virtudes teologais, são infundidas por Deus na alma dos fiéis, fundamentando, animando e caracterizando o agir moral do cristão. Há três virtudes teologias: fé, esperança e caridade.

Na I Carta de São Pedro (4,8), o apóstolo nos aconselha a prática da caridade: “Antes de tudo, mantende entre vós uma ardente caridade, porque a caridade cobre a multidão dos pecados”. Texto semelhante pode ser encontrado no capítulo 10, versículo 12, do Livro dos Provérbios.

São Paulo, quando escreve a I Carta aos coríntios (13, 1-13) utiliza o termo “ágape”, que traduzido do grego significa: amor, caridade, benevolência. Ágape é o amor afetivo, isento de conotação sexual, de segundas intenções, de malícia, de interesses pessoais. É a forma de amor mais inclusiva e abrangente possível. São Paulo, no referido texto, destaca que entre as virtudes teologais: fé, esperança e caridade; a última é superior às outras duas.

A Epístola de São Tiago, no capítulo 4, justifica a fé pelas obras. O autor é célebre ao afirmar que “a fé sem obras é morta”. Portanto, muitos são os exemplos bíblicos que aconselham a realização de obras de caridade.

No mundo, cerca de 1,3 bilhão de pessoas são católicas, e a Igreja a qual pertencem, segue dando exemplo, como a maior instituição caritativa do planeta. Segundo o “Anuário Estatístico da Igreja” publicado pela Agência Fides, a Igreja Católica administra no mundo 115.352 institutos beneficentes e assistenciais, sem contar que majoritariamente esses institutos se subdividem em inumeráveis sedes.

Presente em todos os continentes, a Igreja Católica mantém na Ásia: 1.076 hospitais; 3.400 dispensários, que são locais para tratamento de doentes com dificuldades econômicas, onde se oferece atendimento médico e medicamentos gratuitos; 330 leprosários; 1.685 asilos; 3.900 orfanatos; 2.960 jardins de infância.  Na África: 964 hospitais; 5.000 dispensários; 260 leprosários; 650 asilos; 800 orfanatos; 2.000 jardins de infância.  Na América: 1.900 hospitais; 5.400 dispensários; 50 leprosários; 3.700 asilos; 2.500 orfanatos; 4.200 jardins de infância. Na Oceania: 170 hospitais; 180 dispensários; 1 leprosário; 360 asilos; 60 orfanatos; 90 jardins de infância. Na Europa: 1.230 hospitais; 2.450 dispensários; 4 Leprosários; 7.970 asilos; 2.370 jardins de infância.

Não há dúvidas de que a Igreja Católica é exemplo para o mundo em matéria de caridade, na realização de obras que contribuem para com toda a raça humana, inclusive atendendo e prestando socorro a pessoas que não pertencem à mesma Igreja. É claro que muitos membros da Igreja se equivocam, são sujeitos falíveis, afinal são seres humanos, repletos de imperfeições, assim como qualquer pessoa, independentemente de pertencer ou não a uma denominação religiosas. Executa-se para os católicos, a infalibilidade do Papa em matéria de fé e moral, porque sobre tais temas, a manifestação do Pontífice é isenta de erro.

Acredito que, quando no dia do definitivo juízo, as boas obras que tenhamos praticado durante a vida darão testemunho a nosso favor. Contará de maneira positiva até mesmo o copo de água fresca dado a um pequenino, como fora dito por Jesus no evangelho de Mateus (10,42). Pois está escrito que as obras seguem os bem-aventurados que habitam com o Senhor, e descansam dos seus trabalhos (Ap. 14, 13).

Jeandré C. Castelon
Advogado e membro da Pastoral Familiar

Imagem: http://migre.me/rAEzx


No Jornal: Gazeta de Toledo

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