quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Família: vida e missão da igreja doméstica


O Papa Francisco, numa catequese sobe o matrimônio em abril de 2015, destacou que Jesus dá início aos seus milagres numa festa de casamento.  Jesus salva a festa! Desta forma Jesus nos ensina que a obra-prima da sociedade é a família: o homem e a mulher que se amam!  Essa é a obra-prima!

Hoje, que cada casal também convide Jesus para participar do seu matrimônio, e que quando surgirem os imprevistos, enfrentando qualquer problema, seja confiante como foi Nossa Senhora, quando disse aos serventes “fazei tudo o que Ele vos disser”. Maria, que é exemplo de fé, sempre confiou, com infinita certeza, que Jesus vem em socorro às dificuldades de cada casal. Quando deixamos Jesus participar da festa, bebemos do melhor vinho, que é incomparável. 

Na primeira Carta aos Coríntios São Paulo compara a Igreja com o corpo humano. Onde Jesus Cristo é a “cabeça”, portanto, é a parte principal. O corpo é a Igreja, onde cada membro, diferente um do outro é responsável por uma função específica. O corpo somos nós. O corpo só funciona bem, quando todos os membros também funcionam bem. Isso quer dizer que a participação de cada membro da comunidade é importante, independente da tarefa que realize.

Ainda, não existe corpo sem cabeça, assim como não existe Igreja, sem Jesus Cristo. A igreja somos todos nós, e mesmo que não nos demos conta a todo instante, Cristo está conosco.

Na Igreja também aprendemos valores que nos acompanharão por toda a vida. Na participação das catequeses, grupos de jovens, pastorais, e tantos outros movimentos, que nos ensinam a ser família, vivenciando experiências junto com outras famílias, que também passam a fazer parte da nossa história.

É importante destacar que a Igreja surgiu em comunidades, que embora pudessem estar inseridas dentro de grades cidades, inicia com pequenos grupos de pessoas, que se reuniam em suas casas, para a proclamação da palavra e para a partilha do pão, entre os que já fossem batizados. Em diversas passagens de suas cartas, São Paulo deixa claro que a Igreja começa dentro das casas. Ainda hoje, em locais onde cristãos são perseguidos (inclusive correndo risco de morte), reúnem-se escondidos dentro de suas casas, ou até mesmos dentro de buracos cavados na terra, mas ainda assim se reúnem.  

Portanto tudo começa dentro de casa. O lar deve ser uma verdadeira Igreja doméstica, que também em nossos dias, precisa ser resgatada. A Igreja doméstica pressupõe a existência de uma família, que mesmo não estando, por motivos diversos, constituída de forma ideal, precisa ser lugar de formação.

É importante que os pais, tios, avós, ou quem forem responsáveis, sejam os primeiros catequistas das crianças. Que caminhem sendo exemplos, mesmo com tantos defeitos, lutem para que cada dia seja melhor que o dia anterior. A caminhada é longa e deve ser constante, mas quando olhamos para trás, percebemos que, talvez distantes ainda daquilo que Deus quer para nós, já não somos mais como éramos antes.

As casas precisam ser lugar de oração, lugar de leitura da Palavra de Deus. Como disse o Papa Francisco: “A fé para ser sã e forte deve alimentar-se constantemente da Palavra de Deus.”.

Na família onde há oração, onde a Palavra de Deus se faz presente, existe paz, existe maior concórdia. E os problemas, quando chegarem serão enfrentados e superados de modo muito especial, pois somos amparados pela Misericórdia de Deus.

Que as crianças em cada lar possam presenciar os pais rezando juntos, ao invés de testemunharem brigas e discórdia.

Que cada lar, possa de fato ser uma verdadeira Igreja doméstica. Que a formação do cristão se inicie dentro de casa, para que quando chegue à Igreja, a formação seja apenas aperfeiçoada e complementada.

Essa responsabilidade cabe aos pais ou responsáveis, que precisam ensinar às crianças o caminho que eles devem seguir, pois assim está escrito do Livro de Provérbios (22, 6): “Ensina à criança o caminho que ela deve seguir; mesmo quando envelhecer, dele não se há de afastar.”.

Acredito que muitos já ouviram uma frase do saudoso São João Paulo II, que disse: “O futuro da humanidade passa pela família!”

Se tivermos uma boa formação que se inicie dentro da família, se de fato nossas casas foram verdadeiras Igrejas Domésticas, teremos melhores cidadãos. Certamente, surgirão muito mais jovens vocacionados ao sacerdócio ou à vida religiosa, bem como teremos melhores cidadãos, profissionais em todas as áreas, inclusive melhores políticos.

Lutemos pelas nossas famílias, independente da condição em que elas estejam! Sejamos cada um de nós fermento, que mesmo proporcionalmente pequenino comparado a todos os outros ingredientes, atinge toda a massa, fazendo crescer de maneira a modificar toda a estrutura. 


Que Deus abençoe a cada um de nós, que Deus abençoe as famílias!

Jeandré C. Castelon



No Jornal: Gazeta de Toledo


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