sexta-feira, 8 de junho de 2018

Jesus e a mulher



Na Bíblia muitas são as mulheres que se sobressaem ao logo da história. Profetizas, rainhas, trabalhadoras do campo, esposas donas de casa, ou seja, inúmeras mulheres se destacaram em diferentes ambientes e contextos.

Os Evangelhos relatam que muitas mulheres desde o anúncio do nascimento do Messias até a sua gloriosa ressurreição protagonizaram episódios que marcam a plenitude da revelação divina consolidada em Jesus Cristo.

Lucas certamente é o evangelista que apresenta maior quantidade de episódios cuja presença feminina é enaltecida, como por exemplo, na Anunciação do Arcanjo Gabriel à Maria, quando da visita de Maria a sua prima Isabel, na ressureição do filho da viúva de Naim, na Parábola da Moeda Perdida, bem como no episódio da ressurreição da filha do chefe da Sinagoga e a mulher que padecia de fluxo de sangue, entre outras passagens.

Embora o Evangelho escrito por Lucas, como dito, cite uma gama de situações onde a mulher protagoniza a cena, gostaria de destacar três outros episódios narrados pelo evangelista João onde também o protagonismo da mulher é evidenciado: quando do início da vida pública de Jesus nas Bodas de Caná; no encontro com a mulher samaritana; e, na crucificação de Jesus.

Maria, mãe de Jesus, no evangelho de João aparece apenas duas vezes. A primeira vez, quando a pedido de sua mãe, Cristo realiza seu primeiro milagre transformando água em vinho e salvando a festa de um casamento, revelando-se publicamente; a segunda vez, quando da crucificação, Maria junto com o discípulo amando e mais outras duas mulheres acompanhavam tudo de perto.

No encontro com a samaritana, mulher que havia se casado 5 vezes e o homem com quem ela vivia naquele momento não era seu marido, mulher que estava no sexto relacionamento fracassado (lembrando que na Bíblia o número 6 representa imperfeição). Ao ser encontrada pelo Messias se lhe é aberto um novo horizonte. Jesus, por ser judeu, não seria bem recebido na Samaria (samaritanos e judeus, embora formassem um mesmo povo, a partir da morte de Davi no século X a.C. e do reinado de Salomão, passaram a ter muitas desavenças que se perpetuavam até então). Jesus quis precisar daquela samaritana, revelou-se a ela, para que a mesma, pudesse assumir sua missão e propagar a boa nova na Samaria. Também tal fato nos ensina sobre a universalidade da salvação, pois Jesus veio para redimir todas as pessoas.

As mulheres sempre tiveram participação ativa ao longo da história, e não foi diferente durante todo o processo em que Deus se revela aos seres humanos. No ápice da revelação em Jesus Cristo, as mulheres de forma ainda mais proeminente e participativa (tal como os varões), despontam como instrumentos queridos e úteis a Deus, porque assim ele desejou, contribuindo para a salvação da humanidade.

Jeandré C. Castelon
Advogado, pós-graduado em Cultura Teológica.



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