terça-feira, 13 de setembro de 2016

Hospitalidade




O capítulo 12 do Evangelho segundo João (1-11) narra o retorno de Jesus a Betânia. Seis dias antes da Páscoa, quando visita novamente alguns de seus amigos (Lázaro, Marta e Maria), só que desta feita, pela última vez. O destino final é Jerusalém onde tudo se fará novo, por sua paixão, morte e ressurreição.

Era costume da hospitalidade do Oriente honrar um hóspede ilustre com água perfumada depois dele se lavar. Maria tomou um frasco de alabastro que continha um perfume muito caro, de puro nardo (planta de onde se extrai um óleo perfumado). Ela não permaneceu inerte, aproximou-se de Jesus e após ungir seus pés, secou-os com os cabelos. Eram os pés do Messias, que em breve seriam cravados na cruz. Maria ungiu o corpo santíssimo de Cristo.

O nardo era um perfume raríssimo, de grande valor, que ordinariamente se guardava em pequenos vasos de boca pequena e apertada. Quebrar um vaso de perfume e derramar o conteúdo sobre a cabeça de alguém, era, entre os amigos, sinal de grande honra e distinção (Mc 14,3 e Mt 26,7). 

Judas Iscariotes presenciou o referido episódio, mas estava com o coração fechado, preocupado com o dinheiro. O perfume era caro, custava 300 denários (um denário, moeda romana de prata, era quanto um operário recebia por um dia de trabalho).

Maria não estava preocupada, sabia escolher a melhor parte, que era estar perto de Jesus, aos seus pés, livre das aflições do mundo.

Assim como fizeram os bons anfitriões em Betânia, recebendo o Senhor com alegria e amor, abramos também as portas dos nossos lares, dos nossos locais de trabalho, dos nossos corações..., e recebamos Jesus. Ofereçamos a Deus aquilo que temos de melhor e mais precioso: nossas vidas, nossas famílias, nossas ocupações, nossos afazeres na Igreja; ou seja, tudo o que temos e tudo o que somos.

Fomos feitos por Deus, a ele pertencemos, e no final de nossa peregrinação retornaremos a ele. Em quanto aqui esperamos, até o dia em que alcançaremos a morada celeste, sejamos hospitaleiros, permitamos que Jesus entre em nossas casas, tenho certeza, ele quer nos visitar.


Jeandré C. Castelon
Advogado e teólogo, pós-graduado em Cultura Teológica.


Nenhum comentário:

Comentários: