O
verdadeiro amor dura para sempre. Se alguém diz que o amor acabou é porque
nunca amou de verdade, ou desafortunadamente o amor foi mal interpretado. Tanto
em um como em outo caso o desfecho acaba sendo o divórcio, remédio que é tomado
muitas vezes por casais que se perderam durante a jornada.
É
importante unir-se em matrimônio com a pessoa certa, fruto de uma decisão
madura que envolve uma boa preparação pré-matrimonial oferecida pela Igreja.
Neste mister destaca-se a Pastoral Familiar, que dentre outras atribuições,
acompanha os casais oferecendo “catequese matrimonial” para aqueles que podem e
buscam receber o Sacramento do Matrimônio.
Acredito
que muitas uniões estão fadadas ao fracasso por estarem submersas no oceano
profundo das fragilidades humanas, mas principalmente acredito que a maioria
absoluta das separações podem e devem ser evitadas.
A
Bíblia celebra o amor e fala de família de seu início ao fim. Relata também
muitos episódios onde o ser humano se afasta do projeto de Deus, comete erros,
mas nunca fica sozinho, nunca é abandonado, ainda que cego envolto em neblina,
Deus está presente.
A célebre frase ressoada em celebrações de
casamento, retirada do Livro do Gênesis (2,24), onde diz: “Por isso o homem
deixa o seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma
só carne.”, repete-se pelo menos em mais 4 outros livros do Novo
Testamento, com pequenas variações, mas sem perder o seu espírito, citada por
Mateus, Marcos e Paulo (Mateus 19,5; Marcos 10,7-8, Efésios 5,31; I
Coríntios 6,16). Desta forma a Sagrada Escritura deixa evidente a vocação
preponderante e irrevogável conferida por Deus à criatura humana: o casamento.
O
Eclesiastes (9,9) destaca a importância dos casais em disfrutar das alegrias da
vida ao lado da pessoa amada: “Desfruta da vida com a mulher que amas, durante todos os dias
da fugitiva e vã existência que Deus te concede debaixo do sol. Esta é tua
parte na vida, o prêmio do labor a que te entregas debaixo do sol.”
Recordo-me ainda do que
disse Jesus aos fariseus que buscavam pô-lo à prova, e perguntaram-lhe se era
permitido a um homem rejeitar a sua mulher por um motivo qualquer, e Jesus
responde: “...não separe o homem o que Deus uniu”
Acredito sinceramente
que a maioria absoluta das separações podem e devem ser evitadas. É preciso
dialogar, respeitar diferenças, desejar estar junto, ter objetivos em comum,
ser um para o outro verdadeiro porto-seguro, farol que ilumina durante a
tempestade, ser realmente uma só carne, ser casal, ser marido e mulher. Não é
nada extraordinário, basta viver com retidão a vocação escolhida, é mais fácil
do que se imagina. E não se esqueça: “O amor é paciente,
o amor é bondoso. Não tem inveja. O amor não é orgulhoso. Não é arrogante. Nem
escandaloso. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda
rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade. Tudo
desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acabará (I Cor 13,
4-8).
Jeandré C. Castelon
Advogado e teólogo, membro da Pastoral Familiar.
Imagem: https://simplesmentecristao.files.wordpress.com/2014/10/casal-no-campo-i.jpg |