Segundo recente relatório realizado pela
ONU, houve um decréscimo de pessoas que passam fome no mundo. Contudo, o número
de famintos ainda é muito alto, e preocupante. Este levantamento aponta que uma
em cada nove pessoas no planeta passa fone, pelo menos 805 milhões de seres
humanos, o que representa quatro vezes a população do Brasil.
Este número é ainda maior se isolada a
estatística sob a África subsaariana (porção de terras localizada ao sul do
Deserto do Saara – pejorativamente chamada de “África Negra”), onde o número de
subnutridos é de 25% das pessoas, ou seja, uma em cada quatro. Por sua vez, o
Continente Asiático, onde se concentra mais de 60% da população mundial, reúne
dois terço dos indivíduos subnutridos do mundo.
No Haiti a situação é ainda mais
degradante. Metade da população sofre de desnutrição crônica. Muitos ainda
consomem uma espécie de bolacha feita de manteiga misturada ao barro (isso
mesmo, eles comem terra), como única fonte de alimento. Os haitianos ainda
tentam se recuperar do catastrófico terremoto que destruiu o país em 2010. Curioso
é que a vizinha República Dominicana, situado na mesma ilha caribenha, é famosa
por receber turistas do mundo inteiro, inclusive brasileiros, que se
banqueteiam nos luxuosos resorts all
inclusive, onde a comida além de
extremamente farta e variada, é servida à vontade.
Tenho plena convicção de que a produção
de alimentos no mundo é mais do que suficiente para garantir o sustento digno
de todas as pessoas. Mas, a distribuição justa dos víveres esbarra na imensa
rocha dos interesses econômicos. O alimento só chega às mesas de quem é capaz
de garantir lucro. Da mesma forma o acesso à saúde é restrito às pessoas de
maior poder aquisitivo.
No Brasil, também não é diferente, embora
a mesma estatística apontar que houve diminuição no número de pessoas
desnutridas, ainda muitos sofrem pela falta de alimento. Mesmo na região sul e
sudeste, onde se concentra maior desenvolvimento social e econômico, milhares
ainda não se alimentam de forma digna.
Certo que estamos diante de um grande
problema, difícil de ser solucionado. Porém, se pudermos contribuir só um
pouquinho, é possível diminuir o sofrimento daqueles que padecem pela falta de
pão. Madre Teresa de Calcutá dizia que não se deve preocupar-se com números,
que quem for capaz inicie ajudando uma pessoa por vez, começando com quem
estiver mais próximo. Dizia também: “se você não puder alimentar cem pessoas,
alimente pelo menos uma”.
Dar
de comer a quem tem fome, quem sabe seja a maior das obras de caridade. O
profeta Isaias anuncia: “se deres do teu pão ao faminto,
se alimentares os pobres, tua luz levantar-se-á na escuridão, e tua noite
resplandecerá como o dia pleno” (Is 58,10). Se puder ajudar, comece agora. Comece ofertando
um quilo de alimento, ou um litro de leite, sem sobra de dúvidas, fará toda a
diferença.
Jeandré
C. Castelon
Nos Jornais:
Nenhum comentário:
Postar um comentário