“[...] os leigos, dado
que são participantes do múnus sacerdotal, profético e real de Cristo, têm um
papel próprio a desempenhar na missão do inteiro Povo de Deus, na Igreja e no
mundo. Exercem, com efeito, apostolado com a sua ação para evangelizar e santificar
os homens e para impregnar e aperfeiçoar a ordem temporal com o espírito do
Evangelho; deste modo, a sua atividade nesta ordem dá claro testemunho de
Cristo e contribui para a salvação dos homens. E sendo próprio do estado dos
leigos viver no meio do mundo e das ocupações seculares, eles são chamados por
Deus para, cheios de fervor cristão, exercerem como fermento o seu apostolado
no meio do mundo.”
(Decreto Apostolicam
Actuositatem, 2).
O leigo, fiel de Cristo, ou simplesmente
cristão, não consagrado a vida sacerdotal ou religiosa, divide com o clero,
papel fundamental de semear o Evangelho por todo o mundo. O leigo, inserido em
cada um dos setores da sociedade, é desafiado a ser luz do mundo e sal da terra
em todos os locais onde estiver, não só dentro do seio da Igreja.
Todo cristão desempenha papel de extrema
relevância e importância. Assim, surgem por consequência grandes
responsabilidades. Ideologias particulares e mundanas precisam ser deixadas de
lado, em defesa da vida, da verdade e do bem comum.
Para lidar com as adversidades e desafios que
por certo encontrará do decorrer da longa caminhada na estrada trilhada por
Jesus Cristo, é necessário que o leigo construa sua casa sobre a rocha, como revela
o Evangelho de Mateus (7, 24-27):
“Aquele,
pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática é semelhante a um
homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as
enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela, porém, não
caiu, porque estava edificada na rocha. Mas aquele que ouve as minhas palavras
e não as põe em prática é semelhante a um homem insensato, que construiu sua
casa na areia. Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e
investiram contra aquela casa; ela caiu e grande foi a sua ruína.”
É Deus a rocha da salvação (Salmo 94, 1),
e para melhor estar ligado a ele, aplicando-se cada vez mais no exercício das
virtudes da fé, esperança e caridade, faz-se necessária a oração diária e
leitura da Bíblia. Espiritualmente alimentado e forte, o fiel de Cristo suportará
com ânimo renovado os percalços que inevitavelmente encontrará ao longo do
caminho.
Acredito que, primeiro, o protagonismo do
leigo deve começar dentro de sua casa. Quando um lar é verdadeira Igreja
Doméstica, espaço de fé e oração, as dificuldades para o fiel cristão ser
Igreja fora dos ambientes eclesial e doméstico são suavizadas.
Todo batizado precisa ser de fato, sal da
terra e luz das nações. Guiado pelo Espírito Santo, o leigo precisa contribuir
para a evangelização, principalmente através de um frutuoso testemunho de vida.
Há distinção entre o sacerdócio ministerial
recebido pelo Sacramento da Ordem, reservado aos Presbíteros e Bispos, e o
sacerdócio comum do leigo, múnus recebido pelo Batismo. Entretanto, mesmo que
cada um exerça diferentes funções, todos os membros da Igreja fazem parte de um só corpo: Jesus Cristo. É de extrema importância que o
leigo “sinta-se Igreja” e contribua para a salvação de todo o povo de Deus.
Jeandré C. Castelon
Imagem: http://migre.me/rEtoM |
No Jornal: Gazeta de Toledo