A caridade é a virtude
teologal pela qual amamos a Deus sobre todas as coisas, por si mesmo, e a nosso
próximo como a nós mesmos, por amor de Deus, assim apregoa o parágrafo 1822 do
Catecismo da Igreja Católica. Segundo o mesmo Catecismo, parágrafo 1813, as virtudes teologais, são infundidas por
Deus na alma dos fiéis, fundamentando, animando e caracterizando o agir moral
do cristão. Há três virtudes teologias: fé, esperança e caridade.
Na I Carta de São Pedro
(4,8), o apóstolo nos aconselha a prática da caridade: “Antes de tudo, mantende entre vós uma ardente caridade, porque a
caridade cobre a multidão dos pecados”. Texto semelhante pode ser
encontrado no capítulo 10, versículo 12, do Livro dos Provérbios.
São Paulo, quando escreve a I Carta aos
coríntios (13, 1-13) utiliza o termo “ágape”, que traduzido do grego significa:
amor, caridade, benevolência. Ágape é o amor afetivo, isento de conotação
sexual, de segundas intenções, de malícia, de interesses pessoais. É a forma de
amor mais inclusiva e abrangente possível. São Paulo, no referido texto,
destaca que entre as virtudes teologais: fé, esperança e caridade; a última é superior
às outras duas.
A Epístola de São Tiago, no capítulo 4,
justifica a fé pelas obras. O autor é célebre ao afirmar que “a fé sem obras é
morta”. Portanto, muitos são os exemplos bíblicos que aconselham a realização
de obras de caridade.
No mundo, cerca de 1,3 bilhão de pessoas são
católicas, e a Igreja a qual pertencem, segue dando exemplo, como a maior
instituição caritativa do planeta. Segundo o “Anuário Estatístico da Igreja”
publicado pela Agência Fides, a Igreja Católica administra
no mundo 115.352 institutos beneficentes e assistenciais, sem contar que
majoritariamente esses institutos se subdividem em inumeráveis sedes.
Presente em todos os
continentes, a Igreja Católica mantém na Ásia: 1.076 hospitais; 3.400
dispensários, que são locais para tratamento de doentes
com dificuldades econômicas, onde se oferece atendimento médico e medicamentos
gratuitos; 330 leprosários; 1.685 asilos;
3.900 orfanatos; 2.960 jardins de infância. Na África: 964 hospitais;
5.000 dispensários; 260 leprosários; 650 asilos; 800 orfanatos; 2.000 jardins
de infância. Na América: 1.900 hospitais; 5.400 dispensários; 50
leprosários; 3.700 asilos; 2.500 orfanatos; 4.200 jardins de infância. Na
Oceania: 170 hospitais; 180 dispensários; 1 leprosário; 360 asilos; 60 orfanatos;
90 jardins de infância. Na Europa: 1.230 hospitais; 2.450 dispensários; 4
Leprosários; 7.970 asilos; 2.370 jardins de infância.
Não há dúvidas de que a Igreja Católica é exemplo
para o mundo em matéria de caridade, na realização de obras que contribuem para
com toda a raça humana, inclusive atendendo e prestando socorro a pessoas que
não pertencem à mesma Igreja. É claro que muitos membros da Igreja se
equivocam, são sujeitos falíveis, afinal são seres humanos, repletos de
imperfeições, assim como qualquer pessoa, independentemente de pertencer ou não
a uma denominação religiosas. Executa-se para os católicos, a infalibilidade do
Papa em matéria de fé e moral, porque sobre tais temas, a manifestação do Pontífice
é isenta de erro.
Acredito que, quando no dia do definitivo
juízo, as boas obras que tenhamos praticado durante a vida darão testemunho a
nosso favor. Contará de maneira positiva até mesmo o copo de água fresca dado a
um pequenino, como fora dito por Jesus no evangelho de Mateus (10,42). Pois
está escrito que as obras seguem os bem-aventurados que habitam com o Senhor, e
descansam dos seus trabalhos (Ap. 14, 13).
Jeandré C. Castelon
Advogado e membro da Pastoral Familiar
Imagem: http://migre.me/rAEzx
No Jornal: Gazeta de Toledo
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