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Tempo atrás, uma determinada senhora foi notícia nos jornais porque estava nua tomando banho numa praça.
Tempo atrás, uma determinada senhora foi notícia nos jornais porque estava nua tomando banho numa praça.
Mesmo já passado algum tempo, gostaria
de falar um pouco sobre essa mulher. O nome dela é Maria (igual, ao nome da mãe
de Jesus, igual ao nome da pecadora arrependida, e também de tantas outras
mulheres).
Uma vez a encontrei na Igreja perto
daquela praça onde ela tomava banho. Eu havia entrado para fazer uma pequena
oração. Cheguei meio sem saber o que dizer ao Senhor e me aproximei do
Sacrário, quando de súbito comecei a ouvir uma mulher a recitar a oração do
Pai-Nosso em voz alta. De vez em quando, uma frase era trocada por outra, de
forma desconexa, mais ainda assim era o Pai-Nosso. Da mesma forma foi rezada
uma Ave-Maria.
Quando olhei para trás, vi essa senhora
de joelhos, orando. Ela começou pedindo perdão a Deus. Entre as frases que
pronunciava, assim dizia: “cuida das minhas crianças”; “cuida da minha mãe, do
meu pai, dos meus irmãos”; “obrigado pelo pão de cada dia”; “obrigado pelos
remédios”; “Jesus pagou pelos nossos pecados na Cruz”; “desculpa por eu não
saber rezar direito”; “Nossa Senhora Aparecida cuida de nós”.
Ela disse ainda, para Deus cuidar do seu
corpo, que era templo do Espírito Santo. Ela rezou para Jesus e pediu a
intercessão da Virgem Maria. Ela
pedia para Deus enxugar suas lágrimas. Não obstante, em nenhum momento ela
reclamou da vida, em nenhum momento ela se queixou. Pelo contrário, muito
agradecia.
Havia descoberto que seu nome é Maria. Provavelmente
é moradora de rua, e segundo informações, também se prostitui. Ela se alimentava
algumas vezes numa fraternidade chamada “O Caminho”, onde irmãos Franciscanos
servem diariamente de 60 a 70 refeições para pessoas carentes.
O nome dela é Maria. Poderia ter sido
minha mãe, minha Irmã, minha amiga. E ela, naquele dia, ensinou-me a rezar. E
ela, naquele dia, trouxe para mim a presença de Deus que a muito não sentia com
tanta intensidade.
Tudo foi “se encaixando” para que eu
escutasse a oração de Maria, para que eu a visse de perto, e soubesse seu nome,
e para que ela me ensinasse uma importante lição.
Na Igreja me senti como o fariseu que se
vangloriava diante de Deus. E Maria na pessoa do publicano, que “batia no
peito”, que “nem ousava olhar para o céu” e reconhecia suas faltas, e que saiu
do Templo justificado diante de Deus (Lucas 18, 9-14).
Naquele dia tudo foi “por acaso”. Por
acaso entrei na igreja. Por acaso Maria depois de mim, também entrou e fez suas
preces. Por acaso encontrei na rua um irmão franciscano da referida fraternidade.
Por acaso ela passou próximo de nós, e assim soubemos o seu nome.
E depois daquele dia, não mais a vi, não
a encontrei na Igreja de novo. Por onde ela anda? Que Deus te proteja Maria, e
proteja também tantas outras pessoas que sofrem e precisam de amparo. Agradeço
ao Senhor por ter colocado Maria no meu caminho.
Jeandré
C. Castelon
Essa é a Maria:
Essa é a Maria:
Maria conversando com um irmão franciscano. Ao fundo tomando banho na praça. |
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