O jumento é um animal
que está presente em quase todo o planeta, exceto em lugares mais frios. É
famoso por sua grande capacidade de resistência física. É de porte menor,
quando comparado com o cavalo, mais baixo, menos imponente. É um animal dócil,
inteligente e dotado de grande senso de sobrevivência.
Animal muito utilizado
para o transporte de cargas e para tração, mas que também pode transportar
pessoas. Foi e ainda é muito utilizado no Brasil, principalmente pelo povo nordestino.
No Nordeste é muito respeitado, ao ponto de Luiz Gonzaga render-lhe homenagens
através da canção “Apologia ao Jumento” onde eleva o quadrúpede à condição de irmão:
“O jumento é nosso irmão, quer queira, quer não.”
Na história do povo da
Bíblia o jumento é várias vezes citado, seja no Antigo, como no Novo
Testamento, certamente por sua importância no serviço às pessoas. A palavra
jumento aparece 93 vezes em todo o Texto Sagrado, enquanto o diminutivo
jumentinho, 14.
De todas essas vezes em
que o nome do animal é mencionado, destaco dois episódios. O primeiro, quando
Sansão apanhou uma queixada de jumento, e com ela feriu mil homens em batalha
(Juízes 15, 15), pouco antes de apaixonar-se por Dalila, que foi a responsável
por cortar seus cabelos e entregá-lo aos filisteus. O segundo, quando Jesus entrou
triunfante em Jerusalém, conforme relatam os quatro Evangelhos, no Domingo
antes de sua Paixão, Morte e Ressurreição. Nos nossos dias, celebramos a
memória deste acontecimento na Festa do Domingo de Ramos.
O jumento é o animal
símbolo da paz. Certamente se tivesse Jesus ingressado em Jerusalém montado num
cavalo, animal utilizado em batalhas, o povo compreenderia como sinal da
chegada de um Messias guerreiro, que com o uso da violência libertaria o povo
judeu. Quando ao contrário, Jesus foi o servo sofredor, que sobre si tomou toda
a nossa culpa (Isaias 53).
Lucas (19, 30-38)
relata que sobre o jumentinho montado por Jesus foram colocados mantos, assim
como por onde o jumento passava igualmente mantos foram lançados pelo caminho. O
povo todo tomado de alegria, louvava a Deus e aclamava por todo o percurso.
João (12, 13) acrescenta que a multidão acenava com ramos de palmas.
Era o jumento que
caminhava coberto pelo manto. Foi ele que pisou no caminho feito com mantos e
ramos (Marcos 11,8). Por onde passava o povo acenava com os galhos. Mas nada
disso era para o dócil animal. Tudo era para Jesus.
Assim também nós,
revestidos pela graça de Deus, caminhando sustentados por sua fidelidade, não
devemos nos esquecer de agir como o jumentinho, que com a cabeça voltada para
baixo (num gesto de humildade), transportou Jesus ao encontro de outras pessoas.
Sem se apropriar da gloria e da honra que são de Cristo, foi útil ao Senhor. Que bom seria se cada cristão também fosse instrumento capaz de apresentar Jesus aos seus irmãos.
Jeandré
C. Castelon
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