Na época de Jesus as crianças não tinham qualquer
importância social. O menino ao completar 13 anos se torna “filho do
mandamento” (Bar Mitzvah), e é considerado um homem a
partir de então; na Sinagoga, pela primeira vez fará a leitura das Sagradas
Escrituras. A menina atinge sua maturidade aos 12 anos de idade (Bat Mitzvah:
“filha do mandamento”). Antes desta idade, os pais são os responsáveis pelos
atos de seus filhos.
Durante os primeiros cinco anos de vida a criança ficava
com a sua mãe, e a acompanhava durante todo o dia e em todos os afazeres.
Depois dos 5 anos o menino passava aos cuidados do pai, que deveria educá-lo na
fé e para o trabalho, transmitindo o seu oficio. As meninas permaneciam
acompanhando a mãe, aprimorando a prática das atividades que lhes correspondiam
na época. Ente os 7 e 13 anos o menino frequentava a escola da sinagoga. Não
eram todos os que tinham acesso a uma formação posterior mais avançada, assim
como teve Paulo, que frequentou a escola farisaica de Gamaliel (Atos
22,3). Às meninas não era permitido o
estudo formal.
O Livro dos Provérbios cita em algumas de suas passagens
a importância do filho honrar seus pais, sendo que este dever é inclusive um
dos mandamentos do Decálogo (Os Dez Mandamentos). Cita também o dever dos pais
em bem educar seus filhos, como no capítulo 22, versículo 6: “educa a criança no caminho em que deve andar; e até
quando envelhecer não se desviará dele”.
Jesus eleva as crianças a um patamar superior,
conferindo-lhes especial importância, como se verifica em Mateus 19 e Lucas 18,
na passagem onde diz aos discípulos para não afastarem as crianças de sua
presença: “deixai vir a mim estas criancinhas e
não as impeçais, porque o reino dos céus é para aqueles que se lhes assemelham”.
Identifica-se, portanto, duas condições imprescindíveis aos
adultos, quais sejam, o dever dos pais de bem educar os filhos e a importância
dos filhos não se tornarem autossuficientes e virem a desprezar seus pais.
Acredito que espiritualmente é importante sermos como uma
criança, dependentes e entregues aos cuidados do Pai.
Jeandré C. Castelon
Advogado, pós-graduado em Cultura Teológica e membro da
Pastoral Familiar
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