O capítulo 12 do
Evangelho segundo João (1-11) narra o retorno de Jesus a Betânia. Seis dias
antes da Páscoa, quando visita novamente alguns de seus amigos (Lázaro, Marta e
Maria), só que desta feita, pela última vez. O destino final é Jerusalém onde
tudo se fará novo, por sua paixão, morte e ressurreição.
Era costume da
hospitalidade do Oriente honrar um hóspede ilustre com água perfumada depois
dele se lavar. Maria tomou um frasco de alabastro que continha um perfume muito
caro, de puro nardo (planta de onde se extrai um óleo perfumado). Ela não
permaneceu inerte, aproximou-se de Jesus e após ungir seus pés, secou-os com os
cabelos. Eram os pés do Messias, que em breve seriam cravados na cruz. Maria
ungiu o corpo santíssimo de Cristo.
O nardo era um
perfume raríssimo, de grande valor, que ordinariamente se guardava em pequenos
vasos de boca pequena e apertada. Quebrar um vaso de perfume e derramar o
conteúdo sobre a cabeça de alguém, era, entre os amigos, sinal de grande honra
e distinção (Mc 14,3 e Mt 26,7).
Judas Iscariotes
presenciou o referido episódio, mas estava com o coração fechado, preocupado
com o dinheiro. O perfume era caro, custava 300 denários (um denário, moeda romana
de prata, era quanto um operário recebia por um dia de trabalho).
Maria não estava
preocupada, sabia escolher a melhor parte, que era estar perto de Jesus, aos
seus pés, livre das aflições do mundo.
Assim como fizeram
os bons anfitriões em Betânia, recebendo o Senhor com alegria e amor, abramos
também as portas dos nossos lares, dos nossos locais de trabalho, dos nossos
corações..., e recebamos Jesus. Ofereçamos a Deus aquilo que temos de melhor e
mais precioso: nossas vidas, nossas famílias, nossas ocupações, nossos afazeres
na Igreja; ou seja, tudo o que temos e tudo o que somos.
Fomos feitos por
Deus, a ele pertencemos, e no final de nossa peregrinação retornaremos a ele. Em
quanto aqui esperamos, até o dia em que alcançaremos a morada celeste, sejamos
hospitaleiros, permitamos que Jesus entre em nossas casas, tenho certeza, ele
quer nos visitar.
Jeandré C. Castelon
Advogado e teólogo, pós-graduado em Cultura Teológica.
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