“Consumada
a obra que o Pai confiou ao Filho para cumprir na terra, no dia de Pentecostes
foi enviado o Espírito Santo para que santificasse continuamente a Igreja. Foi
então que a Igreja foi publicamente manifestada diante duma grande multidão e
teve o seu início a difusão do Evangelho entre os gentios, por meio da
pregação. Porque é convocação de todos os homens à salvação, a Igreja é, por
sua própria natureza, missionária, enviada por Cristo a todas as nações, para
de todas fazer discípulos. ” (CIC - §767)
No dia de Pentecostes a Santíssima
Trindade revelou-Se plenamente. O Espírito Santo, que procede do Pai e do
Filho, foi derramado sobre Maria e os apóstolos reunidos no cenáculo de
Jerusalém. É o começo do período apostólico. A Igreja Cristã inicia sua
trajetória missionária de caráter mundial, no dia de Pentecostes, cinquenta
dias após a ressurreição de Jesus, e dez dias depois de sua ascensão ao céu.
O livro dos Atos dos Apóstolos,
capítulo 2, conta-nos que: “Chegando o dia de Pentecostes,
estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um ruído, como
se soprasse um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados.
Apareceu-lhes então uma espécie de línguas de fogo que se repartiram e pousaram
sobre cada um deles. Ficaram todos cheios do
Espírito Santo e começaram a falar em línguas, conforme o Espírito Santo lhes
concedia que falassem. (...) Pedro lhes respondeu: Arrependei-vos e cada um de
vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e
recebereis o dom do Espírito Santo. ”
No Batismo recebemos o Espírito Santo, confirmado de forma
mais profunda pelo Sacramento da Crisma. Deus, insondável criador de toda as
coisas, também sopra o Santo Espírito quando e onde quer.
A tradição nos leva a crer que os apóstolos estavam reunidos
no mesmo local da Última Ceia, onde Jesus instituiu a Eucaristia. Maria e os apóstolos
estavam na casa de Marcos, autor de um dos quatro Evangelhos. Estavam em casa,
estavam em família.
No cômodo superior de uma casa, reunidos no Cenáculo (ampla
sala de jantar), como uma única família, surgia a Igreja, missionária pela
efusão do Espírito Santo. Desde o início, pelo exemplo de Jesus Cristo, é
desígnio de Deus que a Igreja esteja em movimento, que vá ao encontro das
pessoas, que se propague a boa nova do Evangelho por toda a parte.
Jesus não permanecia estático, percorria a Galileia e outras
regiões da Palestina, deslocava-se até mesmo para além-fronteiras. A obra
missionária do Reino foi transmitida para os apóstolos, depois para os discípulos,
e desde então, propagada pelo mundo.
Todo batizado é discípulo missionário, convidado a ser sal da
terra e luz do mundo, convidado a fazer a diferença. Mas, para isso, como
fizeram os primeiros cristãos, é necessário sair do conforto de nossas casas e ir
ao encontro das pessoas que precisam de amparo. Muitas vezes não é necessário
ir longe, o necessitado pode estar ao nosso lado, pode ser o nosso vizinho.
O Papa Francisco após retornar da viagem ao México, no dia 23
de fevereiro de 2016, comentando a liturgia do dia, destacou que “o
Cristianismo é a religião do fazer, não do dizer”. Ou seja, é preciso ser cristão
na prática, realizar boas obras, ser útil à comunidade, sem nunca deixar é
claro, de acudir a própria família.
Jeandré C. Castelon
Advogado e membro da Pastoral Familiar
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