Infelizmente, digo com verdadeiro pesar,
tenho recebido notícias de muitos casais jovens que, ou estão a ponto de uma
separação ou já se separam. É triste, principalmente para as crianças, que
normalmente ficam sob os cuidados da mãe e diminuem consideravelmente o contato
com o pai. Certo que numa situação de separação dos pais, os filhos são os
maiores prejudicados.
É bem verdade que existem os que ainda
não tiveram filhos. Há aqueles que terão que disputar a guarda do cachorro, até
porque, no Brasil, assim como em outros países (principalmente os mais ricos), nos
lares, o número de cães já supera o número de crianças.
Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)
coletados em 2013, mas somente processados e publicados em 2015, de cada cem famílias, 44 possuem cachorros e somente 36
têm crianças até doze anos de idade. Destaca-se que esta estatística diz
respeito apenas aos cães, pois, se considerado os gatos e outros animais a
diferença é ainda maior.
A diminuição dos
índices de natalidade e o aumento da presença de animais de estimação já são
comuns em muitos países, onde as mulheres em busca do sucesso profissional,
entre outros fatores, preferem um número menor de filhos, ou até mesmo
nenhum. Outras mulheres, simplesmente temem
destruir sua beleza física em razão da maternidade.
Acredito que os filhos, principalmente entre
os casais mais jovens, não têm sido motivo suficiente para a manutenção do
casamento. Mas é um sinal de que os valores familiares precisam ser resgatados.
Não dá mais para viver acreditando que tudo é substituível ou pode ser
descartado.
A ausência de filhos, por outro lado, talvez
contribua para facilitar a dissolução da união conjugal. É mais fácil descartar
apenas o companheiro sem precisar manter a dura tarefa (porém muito
gratificante) de permanecer como responsável pela criação dos filhos.
A sociedade precisa de casais modelos,
que inclusive gerem filhos, até para a manutenção da espécie humana.
Estatísticas apontam que a taxa de natalidade no Brasil vem despencando a cada
ano, o que preocupa inclusive os economistas, que calculam prejuízo no
crescimento econômico.
A preservação dos casamentos é de
extrema importância, não só para as famílias de modo particular, mas também
para toda a sociedade. Casais bem resolvidos e felizes gerarão filhos
confiantes e igualmente felizes, com melhores condições de superarem as
adversidades. Então, para aqueles que ainda não se sintam verdadeiramente
capazes de construírem uma família e lutarem a cada dia para a sua manutenção,
é melhor que fiquem solteiros, pelo menos durante um período necessário até que
atinjam o indispensável amadurecimento.
Seria maravilhoso se todos os casais
passassem a consertar o que está roto, compreendendo que muitas coisas só
precisam de algum pequeno reparo. Que não há necessidade de descarte ou de
substituição. Que a família é para sempre. Que não se destrói uma família para
começar outra.
Paciência e carinho são doses
necessárias para a manutenção da relação. Também é imprescindível que cada
cônjuge lute pela felicidade do outro, certo que assim, ambos serão felizes e diminutas
as separações. E principalmente, que se aprimore o desejo mútuo de querer
permanecer unido à pessoa amada, haja o que houver. Afinal, amor é decisão!
Jeandré C. Castelon
Imagem: http://migre.me/riTfl |
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