Na
Bíblia muitas são as mulheres que se sobressaem ao logo da história.
Profetizas, rainhas, trabalhadoras do campo, esposas donas de casa, ou seja,
inúmeras mulheres se destacaram em diferentes ambientes e contextos.
Os
Evangelhos relatam que muitas mulheres desde o anúncio do nascimento do Messias
até a sua gloriosa ressurreição protagonizaram episódios que marcam a plenitude
da revelação divina consolidada em Jesus Cristo.
Lucas
certamente é o evangelista que apresenta maior quantidade de episódios cuja
presença feminina é enaltecida, como por exemplo, na Anunciação do Arcanjo
Gabriel à Maria, quando da visita de Maria a sua prima Isabel, na ressureição
do filho da viúva de Naim, na Parábola da Moeda Perdida, bem como no episódio
da ressurreição da filha do chefe da Sinagoga e a mulher que padecia de fluxo
de sangue, entre outras passagens.
Embora
o Evangelho escrito por Lucas, como dito, cite uma gama de situações onde a
mulher protagoniza a cena, gostaria de destacar três outros episódios narrados
pelo evangelista João onde também o protagonismo da mulher é evidenciado: quando
do início da vida pública de Jesus nas Bodas de Caná; no encontro com a mulher
samaritana; e, na crucificação de Jesus.
Maria,
mãe de Jesus, no evangelho de João aparece apenas duas vezes. A primeira vez,
quando a pedido de sua mãe, Cristo realiza seu primeiro milagre transformando
água em vinho e salvando a festa de um casamento, revelando-se publicamente; a
segunda vez, quando da crucificação, Maria junto com o discípulo amando e mais
outras duas mulheres acompanhavam tudo de perto.
No
encontro com a samaritana, mulher que havia se casado 5 vezes e o homem com
quem ela vivia naquele momento não era seu marido, mulher que estava no sexto relacionamento
fracassado (lembrando que na Bíblia o número 6 representa imperfeição). Ao ser
encontrada pelo Messias se lhe é aberto um novo horizonte. Jesus, por ser
judeu, não seria bem recebido na Samaria (samaritanos e judeus, embora formassem
um mesmo povo, a partir da morte de Davi no século X a.C. e do reinado de
Salomão, passaram a ter muitas desavenças que se perpetuavam até então). Jesus
quis precisar daquela samaritana, revelou-se a ela, para que a mesma, pudesse
assumir sua missão e propagar a boa nova na Samaria. Também tal fato nos ensina
sobre a universalidade da salvação, pois Jesus veio para redimir todas as
pessoas.
As
mulheres sempre tiveram participação ativa ao longo da história, e não foi
diferente durante todo o processo em que Deus se revela aos seres humanos. No
ápice da revelação em Jesus Cristo, as mulheres de forma ainda mais proeminente
e participativa (tal como os varões), despontam como instrumentos queridos e
úteis a Deus, porque assim ele desejou, contribuindo para a salvação da
humanidade.
Jeandré
C. Castelon
Advogado,
pós-graduado em Cultura Teológica.